Anitta: um mês após maior aposta nos EUA, ‘Boys don’t cry’ só emplacou em streaming no Brasil | Música


Um mês após o lançamento de “Boys don’t cry”, música de Anitta com arranjo pop internacional dos anos 80 e letra em inglês, já dá para avaliar: qual é o tamanho da cantora brasileira nos EUA? E qual foi o resultado do seu maior tiro solo no mercado norte-americano até hoje?

Bom resultado nas paradas do Brasil

Em geral, a música só emplacou em streaming no Brasil, com algum reflexo em Portugal. Na parada diária do Spotify, principal referência do mercado de streaming, ela chegou no máximo em 2º lugar por aqui, no dia da estreia, 28 de janeiro de 2022. Atualmente, ela oscila em torno da 30ª posição no Brasil.

É um resultado modesto para Anitta no Brasil, onde ela já teve diversas músicas em 1º lugar. Em Portugal, “Boys don’t cry” chegou à 17ª posição (é muito comum que sucessos no Brasil acabem também sendo ouvidos em Portugal). Mas o principal alvo era o mercado norte-americano.

Não entrou nas paradas dos EUA

Nos EUA, a música nem chegou a entrar no top 200 do Spotify. Para falar a linguagem de fãs aficionados por rankings: não “hitou”.

Capa do single ‘Boys don’t cry’, de Anitta — Foto: Divulgação

Ela passou oito dias no ranking global logo após a estreia, mas cerca de 80% das audições diárias durante este período eram do público brasileiro. Sem elas, Anitta não passaria nem perto desta parada mundial.

O resultado de “Boys don’t cry” no Spotify foi semelhante ao de “Girl from Rio”. A mistura de trap e bossa-nova lançada em 2021, também entrou só no ranking de Portugal e do Brasil, onde chegou à 4ª posição. No ranking global, o pico foi na estreia, em 58º, também com maioria de ouvintes brasileiros.

Anitta já chegou a entrar no ranking norte-americano do Spotify, mas sempre em parcerias com artistas mais fortes naquele mercado, como “RIP”, com Rita Ora e Sofia Reyes, de 2019 (pico de 55º nos EUA) e “Me gusta”, com Myke Towers e Cardi B. de 2020 (pico de 32º).

Entrou na TV e em rádios dos EUA

Para divulgar “Boys don’t cry”, Anitta foi pela terceira vez ao programa de Jimmy Fallon, uma das principais atrações de TV dos EUA.

A música chegou à 31ª posição do ranking de rádio dos EUA, na parada “Pop Airplay”, da revista “Billboard”. “Girl from Rio” tinha alcançado a 22ª posição.

O rádio dos EUA, assim como no Brasil, depende de investimento de gravadoras e empresários, e por isso não funciona como uma referência tão direta da resposta do público.

Anitta é entrevistada por Jimmy Fallon — Foto: Reprodução/Instagram

Qual é, então, o tamanho de Anitta lá fora?

O fato de o maior investimento solo nos EUA não ter nem chegado às paradas de streaming do país indica que ela tem um longo caminho a percorrer e está longe do status de artistas mais conhecidos por lá. Mas isso não significa um fracasso do projeto internacional de Anitta.

Só a presença no Jimmy Fallon e em emissoras pop já é um feito dela – que nenhum outro artista brasileiro consegue hoje em dia. Essas aparições dependem, claro, da investida global da sua gravadora, Warner, mas também da aceitação de produtores e programadores de rádio e TV.

Outro feito foi o nome de Anitta na segunda linha do cartaz do festival americano Coachella, posição que nenhum brasileiro tinha alcançado antes.

O sucesso de parcerias com artistas maiores nos EUA também mostra que sua voz já pode ser ouvida por lá, mesmo que ainda não tenha tanta força em lançamentos solo.

g1, favor analisar os gráficos

Anitta no vídeo de ‘Medicina’ — Foto: Reprodução

Em 2018, Anitta ficou irritada com uma nota do g1 que mostrava que “Medicina”, música em espanhol, foi muito mais ouvida no Brasil do que em países hispânicos. Ela argumentou que, assim como no Brasil, o crescimento lá fora seria gradual e irregular.

Ela pediu para o g1 “analisar os gráficos”, a análise foi feita e mostrou que Anitta era uma das artistas mais ouvidas no Brasil e a brasileira mais ouvida no exterior naquele momento, mas estava longe de ter a mesma força no mercado hispânico. A situação é a mesma hoje no mercado dos EUA.

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Fonte: Pop & Arte