Apontado como o alvo da tentativa de resgate planejada por traficantes que sequestraram um helicóptero no último fim de semana, Márcio Gomes de Medeiros Roque, o Marcinho do Turano, foi transferido, no início da tarde desta terça-feira, para o presídio de Bangu 1, uma unidade de segurança máxima. Até então, o bandido cumpria pena no Instituto Penal Vicente Piragibe, no mesmo complexo penitenciário. A informação foi publicada pelo portal G1 e confirmada ao GLOBO pela Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) e pelo advogado de Márcio.
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— Parece que a Seap abriu um processo administrativo e fez a transferência para Bangu 1, mas só vou ter mais detalhes amanhã (quarta-feira), quando irei visitá-lo — explicou Felipe Andrada, que defende o traficante.
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De acordo com o G1, Marcinho do Turano é, hoje, presidente de uma comissão de presos que integram a maior facção criminosa do estado. Por nota, a Seap informou que identificou o bandido como alvo da tentativa de resgate a partir do trabalho da Superintendência de Inteligência e da Corregedoria. Segundo a pasta, as câmeras de monitoramento “perceberam uma movimentação atípica do interno no momento da ocorrência” — nesta segunda-feira, porém, a secretaria havia afirmado que não houve qualquer movimentação suspeita na cadeia. Márcio permanecerá em Bangu 1 “até a conclusão das investigações”.
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Ainda conforme o divulgado pela Seap, o Vicente Piragibe passou por uma nova revista geral na galeria em que Marcinho se encontrava. Foram encontrados grande quantidade de drogas, cinco celulares e um roteador. Além disso, o secretário de Administração Penitenciária, Fernando Veloso, determinou a instalação de armações de metal no campo da unidade para reforçar a segurança e impedir qualquer possibilidade de pouso de aeronave no local.
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— Temos servidores prontos para impedir quaisquer tentativas criminosas de fuga ou de resgate. Vamos reforçar, ainda mais, a segurança do local com armações metálicas, e continuar realizando ações de revistas nas unidades prisionais, além de outras medidas que serão implementadas em breve – prometeu Veloso.
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No último domingo, o piloto particular de helicóptero e policial civil Adônis Lopes foi vítima de sequestro. Dois homens teriam contratado um passeio para sobrevoar a Praia dos Ossos, em Angra dos Reis, na Costa Verde do estado. Na volta, os passageiros ameaçaram o piloto com uma arma e pediram que ele se dirigisse ao ”complexo”, numa referência ao Complexo Penitenciário de Bangu. Por um código, o piloto conseguiu avisar autoridades da aviação de que estava ocorrendo uma “interferência indevida” a bordo.
O piloto ainda tentou argumentar com os bandidos que se ele pousasse no complexo penitenciário a aeronave poderia ser abatida. Seguiu-se uma discussão, quando o comandante da aeronave simulou uma pane e tentou aterrissar no 14º BPM (Bangu). Todos entraram em luta corporal. Imagens do helicóptero aparentemente descontrolado circulam nas redes sociais.
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No meio da briga, eles chegaram a um acordo. Os bandidos pediram para serem deixados em Niterói, de onde se jogaram em um matagal com a aeronave ainda em movimento. Alertados pelo piloto, a PM fez um cerco na área, mas não localizou os bandidos. O caso está sendo registrado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).
Fonte: Fonte: Jornal Extra