Rio acelera vacinação contra Covid-19 às vésperas do inverno, período de maior incidência de doenças respiratórias


A menos de três semanas da chegada do inverno, período de maior incidência nas doenças respiratórias, a Prefeitura do Rio anunciou nesta sexta-feira, 4, uma antecipação no calendário de vacinação contra a Covid-19. No cronograma anterior, divulgado em 12 de maio e com datas até 23 de outubro, quando já estariam vacinados todos os cariocas maiores de idade, a próxima semana abrangeria a faixa etária entre 56 e 57 anos. Com a mudança, a imunização no período de 7 a 12 de junho avançará um pouco além do planejado, alcançando quem tem 54 anos ou mais. “Podendo, vamos sempre avançar. Preparem seus braços!”, escreveu o prefeito Eduardo Paes nas redes sociais ao anunciar as novas datas.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a aceleração no cronograma não passa apenas pela constância na entrega das doses pelo governo federal, da qual dependem todos os estados e as cidades. O começo iminente do inverno também preocupa as autoridades e faz com que novas antecipações no calendário, sempre que possível, sejam tratadas como prioridade.

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— É uma corrida contra o tempo para se antecipar à chegada do período sazonal de gripes, que é justamente o inverno. Quanto mais gente for imunizada antes disso, melhor — explica Soranz.

Considerando todo o Estado do Rio, até a chegada recente da segunda onda, que levou a uma explosão de casos, as maiores médias móveis de óbitos por Covid-19 haviam sido registradas justamente em junho de 2020. A expectativa é de que, com o avanço da imunização, seja viável evitar uma nova escalada na disseminação da doença.

— É certo que, com o início do inverno e o tempo frio, teríamos um cenário muito mais grave se não fosse a vacinação, com risco bem maior de uma eventual terceira onda — pontua Soranz.

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Na prática, o calendário de vacinação na cidade foi antecipando em uma semana, já que, na previsão anterior, as pessoas com 54 anos, homens e mulheres, só estariam todas vacinadas no dia 18. No entanto, a Prefeitura do Rio evitar falar em um novo calendário completo, nos moldes do que foi divulgado há pouco menos de um mês.

A princípio, a mudança adotada para a próxima semana, com cada idade ocupando um único dia em vez de dois, não está confirmada para o período seguinte. A tendência, porém, é que, caso não haja atraso no repasse das doses, as previsões continuem sendo encurtadas. Desse modo, é possível que a imunização chegue a todos os cariocas de 18 anos ou mais até o fim de setembro, mais de três semanas antes do anunciado anteriormente.

— Se a gente mantiver essa regularidade de vacina, podemos até acelerar esse processo — afirmou Eduardo Paes, durante a apresentação do boletim epidemiológico da cidade (que mostrou que todos os bairros do Rio têm risco alto de contágio) e ainda antes do anúncio das próximas datas.

Paes: ‘Todas as vacinas funcionam bem’

Em meio aos ajustes no cronograma, tanto Paes quanto Soranz aproveitaram para fazer apelos à população. Segundo o prefeito, tem sido comum que, ao chegar aos postos de vacinação, a pessoa tente escolher a marca do imunizante que será aplicado. Em alguns casos, há até atestados médicos solicitando um tipo específico de vacina, o que não está previsto nas regras do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

— Todas as vacinas funcionam e funcionam bem. Tem gente esperando vacina, vamos parar com essa conversa. É importante que acreditem em todas elas — disse Paes.

Soranz pediu que as pessoas evitem os horários de pico ao ir aos postos para reduzir aglomerações. Os períodos de maior procura costumam ser o início da manhã e, sobretudo em datas com separação por gênero, como será na semana que vem, também no princípio da tarde:

— Não temos registrado vacinas esgotadas ao longo do dia, então não precisa correr.

Copa América: ‘Momento inoportuno’

Também na manhã desta sexta-feira, 4, Paes afirmou considerar não ser um bom momento para a realização de um grande campeonato de futebol como a Copa América. No entanto, ressaltou que há um decreto em vigor que permite até o próximo dia 14 a realização de jogos de futebol na cidade, sem torcida.

— Eu não vejo vantagem nenhuma realizar jogos de Copa América. A Prefeitura do Rio não tem nada a ver com a decisão de realizar jogos de Copa América no Brasil. Aliás, não teve até agora qualquer consulta formal à secretaria. O que eu imagino é que eles estejam se guiando por um decreto em vigor na cidade, que permite a prática de partidas de futebol sem torcida até 14 de junho. Eu não sei nem quando é o jogo aqui no Rio da Copa América, mas, se a situação se agravar e o decreto mudar, acabou — afirmou o prefeito: — Acho um pouco inoportuno neste momento um grande campeonato desse, mas não vou fazer uma coisa só contra a Copa América, porque está tendo jogos de Campeonato Estadual, Libertadores, Brasileirão sem torcida.



Fonte: G1