O suspeito de matar o morador de rua, Leonardo Elvio Andrade, foi preso pela Polícia Civil nesta terça-feira (9). Segundo a polícia, o crime que aconteceu em 9 de janeiro do ano passado, no bairro Hauer, em Curitiba, foi motivado pelo tráfico de drogas.
No dia, a vítima estava em um barraco onde morava quando o suspeito o atingiu com pelo menos 19 disparos de arma de fogo. À Banda B, o delegado Tito Lívio Barrichello, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que as investigações começaram justamente pelo crime em si.
“Porque um morador de rua é morto com tantos tiros”, levantou a dúvida. Mas, logo depois do assassinato, os investigadores da DHPP foram ao local e encontraram 3 quilos (kg) de cocaína pura.
Esta droga, de acordo com as investigações, seria do suspeito do crime. A vítima, além de ser morador de rua, era usuário de drogas e um pequeno traficante. O delegado ainda comentou que o morador de rua sabia onde estava esta alta quantia de cocaína e teria furtado de uma biqueira na região.
O traficante, então, ao descobrir sobre o furto da droga passou “investigar” sobre quem seria o possível autor. Por exclusão, segundo Barrichello, ele chegou a este morador.
“Nós não sabemos se a vítima foi vista pelos traficantes quando, supostamente, realizou o furto. Sabemos, no entanto, que poucas pessoas sabiam desta ‘biqueira’. Então, os criminosos foram até o local verificar”, disse.
Vídeo
O vídeo divulgado pela Polícia Civil (veja abaixo), mostra a aproximação dos criminosos em um veículo Gol, ao local onde Andrade morava. Sem sair do carro, os suspeitos pediram a droga à vítima.
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“Mas o morador disse que não sabia de nada. Ele, no entanto, iria morrer de qualquer jeito; independente do que falasse. Eles entraram no barraco, procuraram a droga, e não acharam”, disse.
Depois de receber a resposta, o suspeito do assassinato desceu armado com uma pistola calibre 9 mm e fez os disparos.
Cocaína pura
Barrichello ainda abriu um detalhe sobre a cocaína. O morador de rua, que não tinha condições econômicas, estava com uma droga que pode atingir um valor comercial de R$ 4,5 mil.
“Vejam bem, esta droga estava pura. Normalmente, os traficantes misturam ela com outras substâncias, como: farinha de arroz (para ganhar volume), anestésicos e estimulantes, por exemplo”, explicou.
“Ou seja, ela é triplicada; quadriplicada antes de ser distribuídas aos papelotes. Esta quantia estava em um barraco de rua, em um local com ‘pouca segurança para eles’. Até mesmo se estivesse na biqueira, como supostamente estava, ainda vai possuir ‘pouca segurança’”, analisou Barrichello.
Preso
O suposto assassino já estava preso por outros crimes e é acusado de ocultação de cadáver, tráfico de drogas, posse de arma de fogo com sinal adulterado e homicídio.
“Ele já tinha sido preso por um outro homicídio quando saiu o mandado de prisão deste crime. Isto demonstrou a periculosidade deste traficante”, iniciou à Banda B.
Segundo envolvido
No Gol, junto com o preso, estava um comparsa dele. O delegado ainda afirmou que a polícia continua as buscas para encontrá-lo.
“Pedimos ajuda da sociedade para prendê-lo. Você cidadão de bem que tem mais informações sobre este crime, entre em contato com a DHPP. Nós garantimos o sigilo de qualquer informação”, concluiu Barrichello.
A denúncia pode ser feita de forma anônima pelos telefones 197 da PCPR, 181 Disque Denúncia ou pelo 0800 643 1121, diretamente à equipe de investigação.
Vídeo
Veja o momento que os carros se aproximam do barraco de Andrade. Dois cachorros, que aparecem nas imagens, mostram o momento em que os disparos são feitos.
Fonte: Banda B