A conselheira Rosângela Buzanelli, que representa os funcionários da Petrobras no Conselho de Administração da estatal, criticou a indicação de um novo presidente da Petrobras pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Na sexta-feira, Bolsonaro anunciou o general Joaquim Silva e Luna para assumir o lugar de Roberto Castello Branco. O anúncio aconteceu um dia depois de o presidente fazer críticas à gestão da Petrobras e às sucessivas altas no preço dos combustíveis.
“Não entrarei no mérito daquele que está sendo destituído e nem daquele que está sendo indicado, isso será apreciado oportunamente pelo Conselho de Administração (CA) da Petrobras. Entretanto, destaco, no mérito, que devido à forma em que se deu o fato, este é mais um desrespeitoso ato presidencial, típico de alguém sem nenhum preparo para o cargo que ocupa, conforme sistematicamente comprovado pelo cenário socioeconômico, sanitário e político do país.”
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Jair Bolsonaro indica novo presidente da Petrobras; entenda o caso
Indicação acontece após críticas de Bolsonaro à gestão da estatal; conselho tem que aprovar nome. Silva e Luna comanda Itaipu e deve substituir Roberto Castello Branco, escolhido em 2018.
Rosângela disse ainda, em uma postagem em seu blog, que “em que pese o direito do acionista controlador, no caso a União, de destituir e indicar um conselheiro de administração e o presidente da estatal, há que se fazê-lo com o mínimo de respeito às pessoas, aos ritos e processos legais, sempre buscando preservar as pessoas e a empresa.”
Ainda em sua publicação, a conselheira, eleita pelos funcionários, afirma que ficou surpresa com o anúncio e descreve a importância da Petrobras para a economia do país.
“As maiores reservas de petróleo do planeta estão sob controle de empresas estatais. As gigantes do petróleo são integradas e verticalizadas, é uma questão de sobrevivência à volatilidade da indústria e da geopolítica do petróleo. Não posso concordar que a Petrobras seja esquartejada e privatizada aos pedaços. Também não posso concordar que vire as costas para nosso país, renegando seu papel social e impulsionador do desenvolvimento nacional.”
Reunião do conselho na terça-feira
Para que a substituição seja concretizada, a indicação ainda precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras. A estatal informou que o conselho tem reunião ordinária prevista para a próxima terça (23) – a pauta do encontro não foi divulgada.
Em nota, a Petrobras informou que recebeu oficio do Ministério de Minas e Energia. A União propôs ainda a recondução dos outros integrantes do Conselho de Administração.
O Conselho de Administração da estatal é composto por até onze membros. Sete deles são indicados pelo acionista controlador, que é a União; três nomes vêm dos outros acionistas, e o último é escolhido pelos empregados da Petrobras – Buzanelli ocupa o cargo.
Joaquim Silva e Luna completa dois anos na direção-geral-brasileira da Itaipu Binacional na próxima sexta (26). Para a vaga, caso a troca se concretize, Bolsonaro indicou o general da reserva e ex-comandante Militar do Oeste João Francisco Ferreira.
Se confirmado, Silva e Luna será o primeiro militar a assumir a da Petrobras desde 1989, quando o oficial da Marinha Orlando Galvão Filho deixou o cargo. A estatal foi comandada por militares durante a maior parte do período ditatorial e chegou a ser capitaneada entre 1969 e 1973 pelo general Ernesto Geisel, que viria a se tornar presidente da República nos cinco anos seguintes.
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Fonte: G1