Com mais de 2 mil afastados e 36 mortos pela Covid-19, sindicato dos rodoviários cobra vacinação da categoria

Com mais de 2 mil afastados e 36 mortos pela Covid-19, sindicato dos rodoviários cobra vacinação da categoria | Região dos Lagos

De acordo com o sindicato, desde março de 2020, pelo menos 2 mil rodoviários, nos 13 municípios da área de atuação da entidade, entraram em quarentena em algum momento, por suspeita ou contaminação da Covid-19. O sindicato também afirma que teve conhecimento da morte de 36 motoristas, cobradores e despachantes de ônibus, desde o início da pandemia.

Ainda de acordo com a entidade, também neste período, o Departamento Médico do Sintronac encaminhou para os serviços de saúde pública 516 profissionais com sintomas da doença. O documento, que também foi enviado para as secretarias estadual do Rio de Janeiro e municipais da pasta, também exige a imediata apresentação do planejamento para a vacinação dos profissionais de transportes coletivos.

“O Ministério da Saúde incluiu os rodoviários no grupo prioritário para a vacinação, mas não estabeleceu o planejamento para essa ação, como fez, por exemplo, com os profissionais de saúde. Assim, não sabemos nem qual documento apresentar nos postos de saúde para receber a imunização e, o mais importante, em qual momento da campanha a categoria poderá se vacinar”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

“É óbvio que a imunização dos rodoviários está condicionada à presença da vacina. Mas o planejamento para a medida ser efetivada precisa ao menos de um planejamento prévio. Estamos falando de, somente em nossa base, 18 mil profissionais, o que exige 36 mil doses de vacina contra a Covid-19”, sinaliza Rubens.

Em outra ação, o Sintronac pediu ao Ministério Público intensa fiscalização nos locais onde as vacinas estão sendo aplicadas e estocadas nos municípios. A medida visa impedir que pessoas usem influência política para receber a imunização, em detrimento dos grupos prioritários.

Exposição ao novo coronavírus

Ainda nesta terça-feira (26/01), um aplicativo de transportes divulgou pesquisa revelando que a cidade do Rio de Janeiro “tem o terceiro maior tempo médio de viagem do mundo, com 67 min, e 11% dos passageiros cariocas gastam mais de 2h nos trajetos”.

De acordo com o sindicato, esse tempo de viagem pode ser equiparado ao dos ônibus municipais e intermunicipais de municípios da Região Metropolitana, como São Gonçalo, Niterói, Maricá e Itaboraí, e da Região dos Lagos, que até superam essa marca. Consequentemente, motoristas ficam expostos por muito tempo à contaminação pelo novo coronavírus, pois transportam passageiros, que podem estar ou não portando a doença.

“No início da pandemia alertamos que os ônibus são vetores potenciais da doença. Além disso, são essenciais para o transporte de outras categorias profissionais”, conclui Rubens Oliveira.

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