O perfil dos novos investidores da bolsa ficou mais jovem entre 2019 e 2020, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (14) pela B3, a bolsa de valores brasileira. Os dados mostram ainda que o número de mulheres que iniciaram investimentos cresceu.
De acordo com a B3, a média de idade dos 2 milhões de novos investidores é de 32 anos (45% têm entre 25 e 34 anos), sendo 60% deles sem filhos e 62% com trabalho em tempo integral.
Para 56%, a renda mensal é de até R$ 5 mil, e 51% vivem no sudeste do país. Já o perfil familiar da maioria, 39%, é de pessoas que moram com amigos ou outros parentes.
O valor do primeiro investimento, em outubro de 2020, ficou em R$ 660 — uma queda de 58% em relação aos R$ 1.916 do mesmo mês de 2018.
Mesmo ainda sendo minoria, o número de mulheres que investem na bolsa cresceu nos últimos três anos. Em 2018, elas eram 179.392 (22,06% do total), contra 809.533 em 2020, ou 25,47%. Mesmo assim, a instituição destaca que a participação ainda é baixa se comparada com o Tesouro Direto, onde 40% do público é feminino.
Assim, os homens ainda detêm 74% dos investimentos. Em outubro deste ano, a B3 contabilizou mais de 3,2 milhões contas cadastradas.
Sobe e desce não assusta
Entre os 1.371 entrevistados pela B3 para o estudo, a volatilidade do mercado não é o principal fator que motivaria um resgate das aplicações, ao contrário do que poderia sugerir a falta de experiência dos investidores com a renda variável.
Segundo 64% dos investidores, a necessidade do dinheiro seria o principal motivo de resgate. Em seguida, com 28%, vem a queda na rentabilidade. Quedas na bolsa são apenas 7%.
A bolsa também questionou os novos investidores sobre o sentimento no primeiro investimento. Apenas 5% responderam que tiveram desconfiança, enquanto 34% sentiram entusiasmo e, 24%, segurança.
Entre eles, 76% responderam que “certamente” investiriam novamente na bolsa.
O papel da internet nos investimentos
Outra grande novidade no estudo é sobre as fontes dos novos investidores, onde as redes sociais ganharam força e influência. Segundo 73% dos entrevistados, a internet é a principal fonte de informação sobre investimentos – jornais e revistas são apenas 14%.
Questionados sobre onde aprenderam a investir (com opção de múltiplas respostas), 73% deles disseram que foi com influenciadores digitais e/ou em canais do YouTube, e 45% em plataformas online. Assistentes financeiros ficaram com 7% das respostas.
A B3 alerta, porém, para a credibilidade e ao histórico das fontes. “Muitas vezes, a maneira como eles atuam se aproxima de atividades reguladas, que só podem ser exercidas mediante registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, apontou a bolsa.
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Fonte: G1