Modelo Eloisa Fontes tem alta de hospital e volta a Alagoas com a mãe com ajuda de vaquinha
Depois de 22 dias internada em um hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro, a modelo Eloisa Pinto Fontes, de 26 anos recebeu alta no fim da tarde de quarta-feira, dia 28. A mãe da jovem, Luciene Fontes, chegou ao Rio por volta das 6h para liberar a saída da filha do Instituto Philippe Pinel, em Botafogo, onde ela foi internada no dia 6 de outubro após ser resgatada dentro do Morro do Cantagalo, em Copacabana, pela Operação Ipanema Presente, na Zona Sul. Eloisa retornou com a mãe para Piranhas, no interior de Alagoas, na madrugada de quinta-feira. A viagem de 36 horas até a rodoviária de Paulo Afonso, município que fica a uma hora da cidade natal da modelo, foi bancada por uma vaquinha feita pelos amigos, que arrecadou R$ 1600.
Com parte do valor, cerca de R$ 800, forma compradas as passagens da jovem e de sua mãe. O restante do montante arrecado foi entregue para Luciene pagar despesas da viagem e no que precisassem. A previsão é que elas cheguem por volta das 16h em Paulo Afonso para depois seguirem até a residência da familia, em Piranhas.
Eloisa Fontes em uma das últimas imagens postadas em suas redes sociais, em março de 2020, no Rio Foto: Reprodução / Redes Sociais
Eloisa esperou ansiosamente para ser liberada do hospital e sempre deixou isso claro nas ligações que fez para o amigo tutor. Na quarta-feira, por volta das 17h, e ainda sob efeitos de medicamentos, a alagoana viu a mãe logo que saiu no hall e deu um abraço forte nela. Não chorou, mas estava com um semblante tranquilo. Além da liberdade, o único desejo era comer pastel de carne e tomar caldo de cana.
— Já estava tudo combinado com o hospital. A mãe dela chegou, estava triste, sabe que a situação da filha ainda inspira cuidados. Ela está chateada com a situação toda. Mas elas se abraçaram na saída da Eloisa, que sempre deixou claro que queria sair. Ninguém quer ficar internado em um hospital psiquiátrico mesmo o pior doente. Ela estava bem, tranquila e disse que estava com fome e pediu para comer pastel de carne e tomar caldo de cana, porque lembrou que na saída da outra internação dela (em agosto), a levamos lá. Mas dessa vez fomos direto casa e não deu — conta Assis.
Na casa do amigo, Eloisa comeu um peixe, arroz e batata, um prato preparado pela mãe, e um pão feito pelo amigo. Após o jantar, ela adormeceu antes da extenuante viagem. Por volta de 21h30 de quarta-feira, ela acordou e se vestiu uma roupa que ganhou da mulher de Assis. Ao chegar na Rodoviária Novo Rio, na Zona Central, se deparou com o atraso de 1h30 ônibus, que só partiu por volta de uma hora da manhã de quinta-feira, dia 29. A viagem vai durar quase 40 horas.
Assis torce para que não veja Eloisa tão cedo. O amigo acredita que um retorno dela ao Rio de Janeiro poderia trazer novamente problemas na vida da jovem. Como a alagoana fala inglês e alemão fluente, o amigo espera que ela consiga algum trabalho com essas qualificações, mesmo que fora do mundo da moda.
— Levantamos um dinheiro para ela viajar com a mãe numa vaquinha. Foram cerca de R$ 1600, metade para pagar três passagens (ida e volta da mãe, e uma ida da modelo) e o restante para elas usarem durante a viagem. Espero que ela nunca mais apareça no Rio. De coração. Isso aqui é um inferno. Se ela estiver no Rio, a possibilidade será que o problema voltou. Torço pela recuperação dela, que ela fique por lá e se cuide. Ela fala bem inglês e alemão, poderia arrumar um trabalho usando o seu conhecimento — diz Assis.
Eloisa Fontes está internada no Instituto Pinel Foto: Reprodução
Relembre o caso
Eloisa Fontes, de 26 anos, foi encontrada desorientada dentro da comunidade do Cantagalo, na Zona Sul do Rio, no dia 6, por agentes da Operação Ipanema Presente. Em 2019, a jovem já havia sido encontrada vagando nas proximidades de Nova York após cinco dias desaparecida.
A modelo chegou ao Rio em janeiro de 2020, depois de uma temporada de 11 meses de altos e baixos na cidade dos EUA. Recém-contratada pela Marilyn Agency, ela teve um surto em junho de 2019, quando desapareceu por cinco dias. Foi encontrada desorientada numa cidade a 30 minutos de Manhattan. Depois disso, a carreira internacional foi abalada.
Durante o período que ficou desaparecida no Rio, a alagoana sempre carregou consigo uma mochila com documentos, entre eles a carteira de trabalho original, e cartas de referências de fotógrafos internacionais. Ela tentou retomar a carreira no Brasil, mas a pandemia atrapalhou os planos.
Após ser resgatada no Morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio, a alagoana está internada no Instituto Philippe Pinel, em Botafogo, após ter sido levada por policiais da Operação Ipanema Presente que, inclusive, a convenceram a conversar com o médico da instituição, que a internou imediatamente.
No dia 9 de outubro, uma conceituada clínica particular da Zona Oeste entrou em contato com Francisco Assis e ofereceu tratamento para a modelo. A decisão sobre a nova internação foi negada e e ela permaneceu no Pinel por três semanas até ter a alta médica e voltar para casa.
Eloisa carregava mochila com recomendações Foto: Divulgação
Carreira internacional
Eloisa deixou a pequena cidade de Piranhas, no interior de Alagoas, aos 17 anos, para ser modelo em São Paulo. Lá, conheceuAndre Birleanu, supermodelo russo com quem casou. Eles moraram juntos em Londres e tiveram uma filha, atualmente com 7 anos. A menina vive em um lar temporário.
Por oito anos, a alagoana de 1,80m desfilou nas semanas de moda de Paris e Milão, requisitada por estilistas de peso, como Vivivenne Westwood e Giambattista Valli. Depois, vieram trabalhos para Armani, Armani Exchange, Stella McCartney, Dior e outras marcas. Ela também chegou a estrelar uma campanha da Dolce & Gabbana e desfilou junto com a filha, ainda de colo. Ela também fez capas para revistas conceituadas como “Elle”, “Grazia” e “Glamour”. Eloisa chegou a passar temporadas em Nova York e na Itália.