Maioria dos investidores espera flexibilização do teto de gastos em 2021, mostra pesquisa



Maioria dos investidores espera flexibilização do teto de gastos em 2021, mostra pesquisa
Levantamento da XP diz que 53% projetam que a regra do teto será alterada para incorporar novas despesas, enquanto 14% apostam que o teto será simplesmente descumprido. Bolsonaro fez pronunciamento ao lado de Alcolumbre e Maia após reunião, reafirmando compromisso com teto de gastos
Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
A maioria dos investidores institucionais consultados em pesquisa da XP Investimentos avalia que o teto de gastos será ajustado de alguma forma para permitir gastos adicionais em 2021 e entende que esse cenário é compatível com deterioração nos preços dos ativos financeiros domésticos.
De acordo com a sondagem, divulgada nesta sexta-feira (14), dos 72 investidores ouvidos em 13 e 14 de agosto, 53% projetam que a regra do teto será alterada para incorporar novas despesas, enquanto 14% apostam que o teto será simplesmente descumprido no ano que vem.
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Apenas 33% esperam cumprimento da regra fiscal, que limita o crescimento das despesas do governo no ano à variação da inflação acumulada no período anterior.
Entre os 67% dos respondentes que esperam descumprimento do teto ou alteração dele, a expectativa média é que as despesas adicionais somem 54 bilhões de reais.
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Os economistas, consultores e gestores de ativos consultados avaliam que a flexibilização do teto geraria depreciação cambial, queda do Ibovespa e alta dos juros futuros.
O presidente Jair Bolsonaro tem jurado obediência à regra fiscal, em meio a preocupações do mercado com a deterioração das contas públicas, mas na quinta-feira reconheceu que o governo discutiu internamente a possibilidade de furar o teto, acrescentando que a intenção seria arranjar recursos para obras no Nordeste.
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A sondagem da XP mostrou, ainda, que 83% dos investidores ouvidos esperam que o auxílio emergencial do governo, previsto para acabar este mês, seja estendido, mas fique limitado a 2020, enquanto 15% acham que a ajuda será estendida para o ano que vem.
Pelas regras em vigor, o auxílio não afeta a regra do teto Neste ano, quando vigora estado de calamidade decretado pelo Congresso.



Fonte: G1