Lamentável que aconteçam, por causa das partidas das seleções, jogos importantes do Brasileirão com bastantes times desfalcados. Lamentável também é o jogador Bruno Henrique ser absolvido pelo STJD de punição esportiva, mesmo com provas de que ele forneceu a familiares apostadores informações de que levaria cartão amarelo.
Lamentáveis são também os graves e crônicos problemas que assolam o país, como a violência, o crime organizado, o roubo de aposentados do INSS, a falta de saneamento básico em grande número de residências, o negacionismo climático e tantos outros.
O empate da seleção brasileira com a Tunísia é para lamentar, mas não foi nada marcante. As grandes seleções costumam empatar ou perder para outras mais fracas, ainda mais em amistosos. A seleção brasileira é uma das candidatas ao título mundial, mas precisa melhorar para ficar entre as que têm mais chances de ganhar.
O jogo contra a Tunísia foi um ensinamento de que a seleção precisa ter ao menos duas opções estratégicas. Uma delas é apropriada contra adversários como Senegal e fortes seleções, que marcam mais à frente e avançam com muitos jogadores, deixando grandes espaços na defesa para os hábeis, rápidos e talentosos atacantes brasileiros. A transição rápida do time brasileiro facilita para os atacantes.
Outra estratégia, a ser usada contra equipes que marcam mais atrás, como a Tunísia, é ter mais o domínio da bola, trocar mais passes no meio-campo e na intermediária e esperar o momento certo para alguém penetrar e finalizar. Melhor ainda é usar as duas estratégias em uma mesma partida, de acordo com o momento.
No futebol e na vida existem o tempo de acelerar, ousar, arriscar e o de pausar, refletir, cadenciar. Expiração e inspiração, contração e relaxamento.
Nesta reta final do Brasileirão, os jogos serão mais tensos, emocionantes e agressivos, pois todos os times lutam por alguma coisa. No meio de semana, Palmeiras e Flamengo, bastante desfalcados por causa dos jogos das seleções, atuaram mal e perderam pontos. Os dois elencos são bons, mas não tanto quanto dizem.
Corinthians e São Paulo fizeram um jogo muito disputado, porém tecnicamente ruim, no individual e no coletivo, até surgir do banco de reservas quem entende profundamente do assunto, Memphis, com um belíssimo gol. A torcida, que já se preparava para vaiá-lo com a justificativa que ele não é comprometido com o time, aplaudiu. Neste domingo (23), Corinthians e Cruzeiro se enfrentam no Mineirão pelo Brasileirão, em jogo que será repetido na Copa do Brasil.
Na segunda (24), Inter e Santos farão, em Porto Alegre, um jogo importante para fugir do rebaixamento. Se o Inter, ganhar estará praticamente fora. Se o Santos perder, correrá mais riscos. Neymar poderá se tornar o herói que vai liderar o Santos ou o vilão se o time for rebaixado. Ele não é uma coisa nem outra. É um jogador importante da equipe.
Qual é o segredo do Mirassol, quarto colocado, que disputa pela primeira vez a Série A do Brasileirão e que já está classificado para a próxima Libertadores? Além das qualidades individuais e coletivas e do ótimo comando do técnico Rafael Guanaes, o futebol possui muitos mistérios e razões que estão acima de nossos conhecimentos.
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Folha de S.Paulo


