Memphis se manifesta após críticas por apoio a Oruam

O astro do Corinthians, Memphis Depay, publicou um texto nas redes sociais, na tarde desta quinta-feira (30), refletindo sobre a vida dos jovens de periferia. A mensagem foi divulgada depois que o holandês foi criticado por perfis de torcedores em uma de suas contas na internet por se solidarizar com o cantor Oruam. O rapper vem sendo uma das vozes atuantes contra a operação que deixou 132 pessoas mortas em comunidades da zona norte do Rio de Janeiro. 

O artista, que é filho do traficante Marcinho VP — uma das principais figuras do Comando Vermelho — divulgou a mensagem que recebeu do atacante do Timão, que escreveu em inglês. “Fique forte nesses tempos difíceis. As crianças e a nova geração, você pode salvá-las.”

Após a divulgação do print, diversos perfis invadiram as redes sociais de Memphis questionando o posicionamento do atleta. Um seguidor publicou: “Oruam não é a pessoa que você imagina que ele seja. Tome cuidado para quem você dá atenção”. Outro lembrou da ligação do cantor com o pai. 

Em resposta, o ídolo corintiano escreveu um longo desafabo nas redes sociais. 

“Eu sei que neste mundo em que vivemos, eles sempre querem distorcer minhas palavras e mudar histórias para impor uma narrativa, porque querem interromper a obra de Deus. Eu também sei quanta influência tenho sobre a geração mais jovem e quantas outras pessoas talentosas neste mundo influenciam as gerações mais jovens… De alguma forma, acontece com frequência que crianças com talento nato vêm de bairros pobres, muitas vezes com também pouca educação. Ainda assim, encontraram uma maneira de sobreviver, mas raramente têm líderes por perto que possam lhes mostrar as belas maneiras de viver. Essa é a realidade. Tudo o que eu quero é promover positividade, principalmente para a geração mais jovem, que alcança milhões de pessoas com seu talento. Tento fazê-los entender uma perspectiva diferente da vida, mas sei que não é fácil… porque o diabo está trabalhando dobrado, e isso torna muito difícil mudar a maneira como eles pensam, mas não vou desistir. Este mundo precisa de cura. Eu preciso de cura… todos precisam de cura.”

Operação letal

Com mais de 2.500 agentes, a ação realizada nos complexos do Alemão e da Penha mirava a cúpula do Comando Vermelho (CV). Ela se tornou a operação policial mais letal da história do Brasil, com 132 mortes, conforme informou a Defensoria Pública ao portal iG, ultrapassando o massacre do Carandiru, que deixou 111 presos mortos.

No dia da operação, Memphis estava no Rio de Janeiro, onde passava sua folga. Porém, por conta do conflito, não conseguiu voltar para São Paulo e acabou perdendo a reapresentação da equipe, retornando aos trabalhos apenas na quarta-feira (29).