
Comitê do Nobel da Paz comenta ‘campanha de Trump’ pelo prêmio
O dólar começou esta sexta-feira (10) em queda, mas mudou de direção nas primeiras horas de negociação. Por volta das 14h55, a moeda americana subia 2,33%, sendo negociada a R$ 5,5005. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 0,97%, aos 140.327 pontos.
Os investidores voltam os olhos movimentações políticas internas e externas que podem influenciar os mercados. No Brasil, dados industriais e eventos oficiais movimentam a agenda, enquanto no exterior, novas declarações de Trump sobre a China voltam a gerar tensão nos mercados.
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▶️ No exterior, declarações do presidente Donald Trump voltaram a gerar tensão. Ele ameaçou impor tarifas mais altas à China, em resposta ao controle sobre exportações de terras raras, o que elevou a cautela nos mercados.
▶️ No Brasil, o IPP de agosto foi divulgado, indicando a variação dos preços na porta das fábricas teve queda de 0,20%. Em 12 meses houve alta de 0,48%, tendo acumulado no ano queda de 3,62%. O indicador é usado como termômetro das pressões de custo na indústria e pode antecipar tendências da inflação ao consumidor.
▶️ Em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia sobre o novo modelo de crédito imobiliário. O evento contou com a presença de autoridades como Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,73%;
Acumulado do mês: +0,99%;
Acumulado do ano: -13,02%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -1,73%;
Acumulado do mês: -3,10%;
Acumulado do ano: +17,81%.
IPP de agosto
Os preços ao produtor no Brasil caíram em agosto pelo sétimo mês consecutivo, embora a intensidade da queda tenha diminuído, segundo o IBGE. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 0,20% no mês, uma deflação mais branda que a registrada em julho (-0,31%) e a menos intensa desde abril (-0,12%). Com isso, o indicador acumula alta de 0,48% em 12 meses e queda de 3,62% no ano.
🔎 O IPP acompanha a variação dos preços na chamada “porta da fábrica”, ou seja, antes da inclusão de impostos e frete. O índice abrange 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
Das 24 atividades industriais analisadas, metade apresentou redução nos preços em relação a julho. As maiores quedas ocorreram nos seguintes setores:
Perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%);
Madeira (-1,59%), equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (-1,59%);
Papel e celulose (-1,42%).
As principais influências sobre o índice em agosto vieram dos segmentos de alimentos (-0,11 ponto percentual), produtos químicos (-0,08 p.p.), indústrias extrativas (-0,06 p.p.) e papel e celulose (-0,04 p.p.).
Segundo Alexandre Brandão, gerente do IPP, os setores com maior peso na indústria — como alimentos, metalurgia, extrativas e refino — foram os que mais impactaram o acumulado do ano.
“O movimento desses preços tem explicações diversas, mas, no caso de alimentos, por exemplo, a safra é um fator que explica em grande parte a redução, não por acaso, açúcar, soja e arroz despontam como as principais influências no acumulado do ano”, completou.
Brandão explicou que os fatores por trás dessas variações são diversos, mas no caso dos alimentos, a safra tem sido determinante para a queda nos preços. Produtos como açúcar, soja e arroz se destacam como os principais responsáveis pela redução acumulada.
Em agosto, os custos do setor alimentício caíram 0,44%, acumulando queda de 7,55% no ano, embora tenham subido 1,45% nos últimos 12 meses.
Trump ameaça China
O presidente dos EUA, Donald Trump, elevou o tom contra a China nesta sexta-feira (10), reacendendo tensões comerciais entre as duas potências.
Em uma publicação na Truth Social, ele acusou o governo chinês de controlar a exportação de elementos ligados às terras raras — materiais essenciais para a produção de tecnologia — e ameaçou impor um “aumento massivo” nas tarifas sobre produtos chineses.
“Uma das políticas que estamos calculando neste momento é um aumento massivo nas tarifas sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Há muitas outras medidas de retaliação que também estão sendo seriamente consideradas”, escreveu.
Trump também afirmou que não vê mais sentido em se reunir com o presidente Xi Jinping, cancelando o encontro previsto para o fim do mês durante a Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul. Pequim, por sua vez, ainda não havia confirmado oficialmente a reunião.
Segundo Trump, os Estados Unidos estão avaliando outras medidas de retaliação além das tarifas, o que pode reacender uma guerra comercial que havia sido temporariamente pausada após negociações diplomáticas no início do ano.
Ele também afirmou que a China tem enviado comunicados a diversos países anunciando planos para ampliar os controles sobre a exportação de todos os elementos usados na produção de terras raras.
A escalada nas declarações aumentou a preocupação dos mercados, que vinham operando com relativa tranquilidade nos últimos dias.
EUA em paralisação pelo 10º dia
A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou ao décimo dia nesta sexta-feira (10), após o Senado não conseguir aprovar um acordo na véspera. A proposta apresentada pelos republicanos para financiar o governo até 21 de novembro foi rejeitada, mantendo o impasse.
A votação terminou com 54 votos a favor e 45 contra, abaixo dos 60 necessários para superar a obstrução dos democratas, que seguem exigindo mudanças na política de saúde como condição para aprovar qualquer medida orçamentária.
O presidente Donald Trump reforçou as ameaças de cortar o que chamou de “programas democratas” caso a paralisação se prolongue.
“Vamos cortar alguns programas democratas muito populares que, francamente, não são populares entre os republicanos, porque é assim que funciona”, afirmou. “Eles quiseram fazer isso, então vamos dar a eles um gostinho do próprio veneno.”
Trump deve viajar ao Oriente Médio no domingo para participar da cerimônia de assinatura de um acordo de paz entre Israel e o Hamas. Ainda não está claro quanto tempo ele permanecerá na região.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos operam em queda nesta sexta-feira, após o presidente Donald Trump ameaçar um aumento expressivo nas tarifas sobre produtos chineses, reacendendo preocupações sobre uma nova guerra comercial.
A reação dos investidores interrompe uma semana que vinha sendo marcada por maior otimismo com a política monetária.
Com os mercados ainda abertos, por volta das 14h, o Dow Jones recuava 1,20%, aos 45.803,84 pontos. O S&P 500 caía 1,56%, a 6.629,77 pontos, enquanto o Nasdaq Composite tinha queda de 2,05%, aos 22.552,86 pontos.
Os mercados europeus encerraram a semana em queda, pressionados pelas novas ameaças de Donald Trump à China. Por lá, os investidores também acompanharam a situação política na França, onde o impasse na escolha de um novo primeiro-ministro gerou preocupações sobre o impacto no crescimento econômico.
O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,25%, fechando a 564,16 pontos, na pior baixa intradiária em mais de um mês. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,86%, a 9.427,47 pontos. Em Frankfurt, o DAX perdeu 1,50%, a 24.241,46 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 1,53%, a 7.918,00 pontos.
Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 1,74%, a 42.047,50 pontos. Em Madri, o IBEX 35 recuou 0,69%, a 15.476,50 pontos, e em Lisboa, o PSI20 caiu 0,73%, a 8.169,87 pontos.
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em queda, influenciados por tensões políticas e decisões comerciais que afetaram o clima entre os investidores. Na China, houve realização de lucros após o índice de Xangai atingir seu maior nível em dez anos.
No fechamento, os principais índices da região registraram quedas: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,94%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, recuou 1,97%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,73%, marcando sua quinta queda consecutiva.
Em Tóquio, o Nikkei caiu 1,01%. Já em Seul, o KOSPI subiu 1,73%. Em Cingapura, o Straits Times teve baixa de 0,24%, e em Sydney, o S&P/ASX 200 recuou 0,13%. O mercado de Taiwan permaneceu fechado.
Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo
Jornal Nacional/ Reprodução
*Com informações da agência de notícias Reuters.
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