
Relembre a passagem frustrante de Neto na seleção brasileira
Ídolo do Corinthians e um dos principais comunicadores esportivos da atualidade, o ex-jogador Neto, ou “Craque Neto”, como gosta de ser chamado, não teve muito destaque na seleção brasileira.
Grande promessa nas categorias de base do Guarani, Neto iniciou sua jornada na seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Caracas, em 1983. Com apenas 17 anos, Neto era um dos principais jogadores da equipe sub-23 que conquistou a medalha de prata do torneio, perdendo para o Uruguai por 1 a 0 no jogo decisivo.
O jogador também participou de uma das principais seleções olímpicas da história do Brasil. Ao lado de nomes como Taffarel, Jorginho, Bebeto, Careca e Romário, o astro do Bugre foi aos Jogos de Seul, em 1988, em busca de uma medalha de ouro inédita.
O time alcançou a final do torneio, contra a União Soviética, mas não conseguiu o principal objetivo. Aos 29 minutos de jogo, o meia-atacante cobrou um escanteio fechado, e encontrou Romário, que cabeceou para abrir o placar. No entanto, Dobrovolski, de pênalti, e Savichev, na prorrogação, tiraram o topo do pódio da equipe comandada por Carlos Alberto Silva.
A participação nas Olímpiadas na Coreia do Sul fortaleceu Neto na briga por espaço na Seleção, e o colocou em diversas convocações no ciclo da Copa do Mundo de 1990, na Itália.
Ausência na Copa do Mundo de 1990 e atrito com Lazaroni

Sebastião Lazaroni, técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1990
Mesmo sendo parte da preparação para o torneio e vivendo grande fase no Corinthians, Neto não foi convocado para o Mundial pelo técnico Sebastião Lazaroni.
A decisão do treinador foi muito criticada por diversos torcedores na época, que apontavam as escolhas por Tita e Bismarck, companheiros de Vasco, como convocações movidas pelo “bairrismo”, visto que o profissional havia comandado o clube carioca anos antes de chegar à Seleção.
Em vídeo publicado em seu canal no YouTube anos depois, Neto revelou ainda guardar mágoas sobre a ausência no torneio, e criticou duramente Lazaroni.
“Um dos grandes absurdos que vivi na carreira foi não ter ido para a Copa de 90. Eu era um milhão de vezes melhor que alguns que foram convocados. Tudo isso por culpa do Lazaroni, que perdeu aquela Copa. Chupa, Lazaroni”, disse Neto.
“Na última entrevista que ele deu para a ESPN ele disse que eu era um ‘balão japonês’. Eu tenho pena do Lazaroni. Se ele viver 200 anos ele vai ter que responder por que ele não me levou para a Copa. Ele pode estar em qualquer lugar, a primeira pergunta se for entrevistado sempre será: ‘por que você não levou o Neto para a Seleção?”, completou o comunicador.
O treinador explicou o termo citado por Neto em diversas oportunidades.
“Conhece o ‘balão japonês’? É aquele que sobe 50 metros, não ganha muita altura e já desce”, revelou Lazaroni, em entrevista ao Charla Podcast.
Pós-Copa
Após o término da Copa do Mundo de 1990, que contou com uma das piores campanhas da Seleção na história do torneio (eliminação nas oitavas de final para a Argentina), Neto foi o principal destaque do segundo semestre do futebol brasileiro, liderando o Corinthians ao primeiro título nacional de sua história.
Em um grande momento, o jogador foi muito utilizado durante a passagem de Paulo Roberto Falcão no comando técnico do time canarinho. Recém-aposentado, o ex-jogador escolheu o astro do Timão como capitão e camisa 10 da equipe na disputa da Copa América de 1991.

Neto e Paulo Roberto Falcão em uma sessão de treinamentos da Seleção
Na competição continental, Neto atuou em seis dos sete jogos do Brasil, marcando apenas um gol, de pênalti, contra a Bolívia, na estreia da equipe. A seleção terminou o torneio com o vice-campeonato, ficando atrás apenas da Argentina no quadrangular final.
50 anos de Pelé
Além dos compromissos oficiais, a passagem de Neto pela seleção brasileira foi marcada por sua participação no jogo comemorativos dos 50 anos de Pelé.
Na ocasião, o time canarinho enfrentou uma equipe formada por grandes estrelas do futebol mundial, como Marco van Basten, Gheorghe Hagi e Roger Milla.
Neto entrou após o intervalo da partida disputada no San Siro, na Itália, justamente no lugar de Pelé, e, com uma linda cobrança de falta, marcou o único gol do Brasil no confronto, que terminou com uma vitória do selecionado de astros, por 2 a 1.
Após o falecimento do “Rei”, o ex-jogador relembrou, muito emocionado, do momento vivido em Milão.
“No vestiário, ninguém chegou perto do Pelé, ninguém pode chegar perto dele. Ele que chegava até a nós. O Pelé com seu toque refinado, ele me entrega a faixa de capitão. (…) Quando ele entrega a faixa de capitão, quando ele fala: ‘vai lá filho, vai lá Neto. Faz um gol para mim’. O Pelé falando para mim…”, revelou Neto, em lágrimas, durante uma participação no programa “Troca de Passes”, do SporTV.
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