SP confirma 18 casos de intoxicação e apura 10 mortes


Equipes fiscalizam bares e distribuidoras
Reprodução/ Governo SP

Equipes fiscalizam bares e distribuidoras

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) divulgou, nesta noite de terça-feira (7), o balanço da situação da crise do metanol no estado.

Segundo o balanço atualizado, o número de casos confirmados subiu para 18. São 176 notificações no total, até agora, sendo que 158 estão em investigação.

Em relação às mortes relacionadas a ingestão de metanol, o estado de  São Paulo fecha o dia com 10 óbitos, sendo três confirmados e sete em investigação.

O terceiro óbito foi confirmado nesta segunda-feira (6) pela prefeitura de São Bernardo do Campo, cidade onde residia a vítima, de 30 anos.

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Há ainda sete óbitos em investigação: são quatro na cidade de São Paulo (de idades de 36, 45, 50 e 51 anos), dois em São Bernardo do Campo (49 e 58 anos) e um em Cajuru (26 anos). Todos os óbitos em investigação são de homens.

Com relação aos casos descartados, o total é de 85. Nesta terça-feira, foram descartados 38 novos casos após análises clínicas e epidemiológicas e outros 35 passaram a ser investigados.

Mapa de notificações

A maioria dos casos continua na capital paulista; São Paulo tem 15 casos confirmados e 31 em investigação. Outras 71 notificações foram descartadas, após análises.

Na Grande SP, há casos suspeitos em Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu, Embu das Artes, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Mauá, Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista.

No interior, o problena continua avançando com registros de suspeitas em Araçatuba, Buritama, Cajuru, Indaiatuba, Itú, Jacarei, Jundiai, Limeira, Lorena, Mairinque, Morro Agudo, Ourinhos, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rincão, Rio Claro, São José dos Campos e Vinhedo.

Além da capital, em Guarulhos, Itapecerica da Serra e São Bernardo do Campo há casos confirmados.

Também há registros de casos em investigação no litoral paulista, nas cidades de Caraguatatuba, Cubatão, Mongaguá, Praia Grande, Santos e São Vicente.

Galpão clandestino

A força-tarefa do Governo de SP apreendeu, na segunda-feira (6), mais de 100 mil vasilhames vazios em um galpão clandestino localizado na Vila Formosa, zona leste de São Paulo.

A operação faz parte da ação integrada do gabinete de crise que atua no combate a casos de contaminação de bebidas por metanol.

A ação da Polícia Civil, por meio da 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), ocorreu durante uma investigação de combate à adulteração de bebidas alcoólicas.

O local funcionava como uma “empresa de recicláveis”, que tinha como fonte principal de comércio a venda de garrafas vazias para serem reaproveitadas.

Durante a vistoria, os policiais apreenderam cerca de 103 mil vasilhames vazios de destilados, como gins, vodcas e whiskys, todos prontos para serem vendidos e reutilizados.

Também foram apreendidas outras 6 mil garrafas com bebidas alcoólicas sem comprovação de origem.

Interdições

Ainda de acordo com  o governo estadual, a força-tarefa que fiscaliza bares e distribuidoras desde a semana passada vistoriou 18 estabelecimentos e 11 deles foram interditados cautelarmente, por conta de questões sanitárias.

São 7 na capital, 2 em Osasco, 1 em São Bernardo do Campo e 1 em Barueri.

Um estabelecimento, na capital, foi desinterditado parcialmente pela Justiça e pela Vigilância Sanitária do Município, mantendo bebidas destiladas interditadas.

A Secretaria da Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares, totalizando 8 estabelecimentos comerciais.

Assim como no território paulista, o  Ministério da Justiça tem autuado estabelecimentos por todo o país e realizado amostras em bebidas coletadas, com o objetivo de levantar o DNA do metanol.

Tratamento

De acordo com informações da Secretaria de Saúde, como as primeiras horas são decisivas para salvar vidas, está sendo  adotado um protocolo padrão com os pacientes que procuram as unidades de saúde após consumo de bebidas destiladas e quadro incomum.

“O procotocolo aplicado é tratar, como primeira hipótese diagnóstica da equipe de saúde, a intoxicação por metanol. Por isso, os pacientes que estão com os sintomas e passam a ser tratados com o protocolo são considerados casos suspeitos até que saia o resultado do exame”, e xplica o órgão, em comunicado.

A intoxicação por metanol é grave, pode levar à cegueira permanente e até a óbito. O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustíveis, solventes e líquidos de limpeza.

O atendimento médico imediato é fundamental. Os sintomas de alerta são dores abdominais intensas, tontura e confusão mental.

O socorro em até 6h após o início dos sintomas é importante para evitar o agravamento.



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