Segurança Pública e o benefício do rolo compressor.


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A insegurança pública se alimenta da impunidade, marketing e resultado. A sociedade absorve a sensação e se amolda às cautelas e debates dos crimes que mais próximos estiverem. O país vai mostrando suas faces por meio dos editoriais e interesses momentâneos. Em ano eleitoral o “colarinho branco” ganha notoriedade, após o pleito, outros assuntos ganham destaques. Ao se aproximar algum julgamento envolvendo abuso de forças de segurança, novos casos pipocam nas manchetes e assim, a massa vai sendo conduzida a pensar em nichos, desfocando o todo. O crime, por sua vez, não está evoluindo em nichos. Como uma super-aranha vem tecendo teias, abocanhando todos os ramos possíveis de negócios. O que inicialmente era apenas um grupo unido no sistema prisional para buscar direitos e melhoras aos internos, percebendo a força que a união proporciona, tornou-se a maior empresa criminosa da nação.

É certo que outras facções, conforme a dinâmica comercial e de ocupação de território, também se organizam e crescem em alguns Estados. Desta forma, o que antes, pareciam ser quadrilhas especializadas praticando modalidades escolhidas por seus integrantes, deram espaço para uma grande clínica geral. As organizações se espalham nos contratos públicos, nas áreas de fiscalização, no comércio de produtos (drogas, cigarros, combustíveis, bebidas, peças de veículos, remédios e etc), sem perder a tradição nos roubos, furtos e homicídios.

Qualquer atividade altamente lucrativa é alvo do crime organizado que já concluiu o doutorado em comércio e lavagem de dinheiro. Está aí, o motivo pelo qual a maior ferramenta de combate ao terror que estamos enfrentando é o rastreamento do dinheiro. Onde entra o “ rolo compressor ” nesse cenário sombrio? Já que estamos a todo vapor nas inúmeras atividades criminosas, não há uma semana sem que surja um novo escândalo. O caso da queima de arquivo no Aeroporto de Guarulhos; dos policiais que lavavam dinheiro da facção em instituições financeiras na Paulista; do grande esquema de sonegação na indústria de remédios; do mar de lama envolvendo postos de gasolina e empresas na Faria Lima; todos vão sendo substituídos, um após o outro, pelos mais recentes e estarrecedores fatos.

O rolo compressor continua girando e hoje nos assusta com a estupidez da falsificação fatal das bebidas. Não é, no mínimo, curioso o fato do mesmo produto importado para a adulteração dos combustíveis, ser o utilizado para a adulteração de bebidas? Fato ocorrido logo após terem iniciado um cerco contra as atividades relacionadas aos combustíveis. Para os cidadãos de bem o que resta é a sorte de não passar pelo mesmo caminho do rolo compressor!



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