
Donald Trump conversou com Lula
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (6) que pretende “começar a fazer negócios” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A declaração foi dada na Sala Oval da Casa Branca, após uma conversa por videoconferência de cerca de 30 minutos entre os dois líderes. Segundo Trump, o diálogo teve foco na economia e no comércio bilateral.
De acordo com o governo brasileiro, a conversa foi iniciada por Trump e tratou principalmente de tarifas e relações comerciais entre os dois países.
Lula pediu a remoção da sobretaxa de 40% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, além da tarifa base de 10%, que ele classificou como sem fundamento econômico.
O presidente também solicitou o fim das sanções impostas a autoridades brasileiras sob a Lei Magnitsky, que atingem membros do Supremo Tribunal Federal.
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Durante a coletiva, Trump descreveu a conversa como “muito boa” e afirmou que os dois países “vão se dar bem juntos”.
O presidente americano destacou que a ligação foi marcada por um tom positivo e disse ter “boa química” com Lula. “Nos conhecemos rapidamente na ONU, gostamos um do outro e tivemos uma boa conversa”, afirmou.
Trump confirmou planos para encontros futuros, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. “Em algum momento eu vou para o Brasil, e ele vai vir aqui. Nós conversamos sobre isso”, declarou.
Ele também anunciou a designação do secretário de Estado, Marco Rubio, como responsável por conduzir as negociações comerciais com autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT).
Na ligação, Lula reiterou convite para que Trump participe da COP-30, que será realizada em Belém, em novembro deste ano.
Os presidentes também comentaram o breve encontro que tiveram na Assembleia Geral da ONU, em setembro, e trocaram números de telefone para estabelecer uma linha direta de comunicação.
Segundo o resumo oficial divulgado pelo governo brasileiro, o tom da conversa foi “amigável e construtivo”. Questões políticas internas, como o julgamento e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, não foram mencionadas.
Tarifaço
As tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil foram impostas entre julho e agosto deste ano. Washington justificou as medidas como resposta à condenação de Bolsonaro, considerada por Trump e aliados uma “caça às bruxas”.
As sanções atingiram juízes e outras autoridades brasileiras, o que contribuiu para o esfriamento das relações bilaterais desde a posse do novo governo americano em janeiro.
IG Último Segundo