Vexames marcam passagem de Ramon Menezes na CBF


Ramon Menezes, ex-técnico da Seleção sub-20
Nelson Terme/CBF

Ramon Menezes, ex-técnico da Seleção sub-20

O trabalho de Ramon Menezes na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) chegou ao fim no último domingo (5). No comando da  seleção brasileira sub-20, ele não resistiu a eliminação precoce na Copa do Mundo da categoria, no Chile.

A demissão aconteceu logo após a derrota de 1 a 0. Antes, nos outros jogos da fase de grupos, a equipe havia empatado em 2 a 2 com o México e perdido de 2 a 1 para o Marrocos, na lanterna do Grupo C.

A saída do Mundial ocorrida no fim de semana não foi a primeira de Ramon. Em 2023, a equipe caiu para a fraca seleção de Israel, na Argentina, nas quartas de final, ao perder por 3 a 2, de virada, na prorrogação.

Contratado pelo então presidente Ednaldo Rodrigues, Ramon chegou à CBF em 2022, quando assumiu o time sub-20. Em seguida, ele também foi escolhido pelos dirigentes para comandar o sub-23, visando os Jogos Pan-Americanos e o Pré-Olímpico.

A disputa do torneio classificatório foi mais um capítulo vexatório das divisões de base do Brasil nos anos recentes. Derrotados por 1 a 0 para a Argentina no quadrangular final, os brasileiros não estiveram em Paris 2024.

Antes de assumir as seleções de base, o currículo de comandante contava passagens apagadas por:

  • Vitória (2021);
  • CRB (2020);
  • Vasco (2020);

No início da carreira na beira do campo, Ramon foi auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo, Alberto Valentim e Abel Braga.

Ramón sobreviveu a diversas turbulências

O treinador passou por muitos momentos dentro e fora de campo durante o período de cinco anos que esteve na CBF. Neste ano, ele foi campeão Sul-Americano Sub-20, no entanto, o seu maior feito foi o de realizar o sonho de todo técnico: comandar o time principal do Brasil.

Foi em 2023, quando a diretoria ainda buscava o acerto com Carlo Ancelotti , que estava no Real Madrid. Foram duas derrotas em amistosos para Marrocos (2 a 1) e Senegal (4 a 2), além da vitória sobre Guiné (4 a 1). Os seus números treinando o Brasil, independentemente da categoria foram:

  • Sub-20 – 24 vitórias, oito empates e oito derrotas;
  • Sub-23 – Quatro vitórias e quatro derrotas;
  • Principal – Duas derrotas e uma vitória.

Nos bastidores, Ramon resistiu ao impeachment de Ednaldo Rodrigues, em 15 de maio deste ano. O motivo do afastamento foi uma denúncia de uma suposta falsificação da assinatura do Coronel Nunes – um dos vice-presidentes da CBF na época – encerrando um documento que questionava a eleição de Ednaldo em 2022.

A chegada do novo mandatário, o presidente Samir Xaud, eleito em janeiro de 2025, não ocasionou uma mudança imediata na situação de Ramon Menezes. Apesar dos resultados anteriores bem ruins, ele era prestigiado pela nova cúpula de dirigentes.

Com a eliminação do Mundial Sub-20 deste ano, a situação ficou insustentável. Dá para imaginar que a sua permanência no cargo era uma espécie de escudo para os diretores.

Para o lugar de Ramon, a tendência é que Xaud opte por um profissional caseiro e brasileiro, sem ser estrangeiro. Até o fechamento deste texto, nenhum nome havia sido revelado ou especulado.

Exímio cobrador de faltas

Se como treinador Ramon Menezes sofre para engatar um bom trabalho, como jogador o cenário foi totalmente diferente. Meio-campo habilidoso, o jogador tinha como uma de suas maiores valências as cobranças de falta e a bola parada. Ele pendurou as chuteiras em 2013.

No Vasco, Ramon chegou a “rivalizar” nas faltas com o companheiro Juninho Pernambucano. No geral, na carreira, foram 231 gols feitos em 744 jogos.

Principais títulos:

  • Brasileiro (1997 e 2000) – Vasco;
  • Libertadores (1998) – Vasco;
  • Copa do Brasil (1993) – Cruzeiro.



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