Nos EUA, Eduardo Bolsonaro perdeu (de vez) a noção da realidade


Eduardo Bolsonaro durante  live nos EUA
Reprodução/Youtube

Eduardo Bolsonaro durante live nos EUA

Até o mais babeta dos deputados do PL já percebeu que Eduardo Bolsonaro vai levar a turma toda para o buraco se continuar atirando para todo lado (inclusive os casos do próprio navio) com sua metralhadora giratória e cheia de mágoas.

Sem o pai para pôr de castigo, o deputado fujão parece ter perdido o pé da realidade à medida que se isola nos Estados Unidos.

Em algum momento ele deve ter acreditado que seria recebido como heroi ao desembarcar no Brasil depois de passar meses por lá articulando medidas para prejudicar a economia do próprio país.

Na prática, o que ele conseguiu foi dar aos inimigos o discurso da defesa da soberania e o fortalecimento de Lula (PT) para 2026.

Eduardo sonha em ser presidente sem perceber que tatuou na testa a mensagem de quem é um traidor da pátria e vacilão. Falta espelho e amigo para dar um toque: no tira-teima das urnas, não seria uma escolha muito difícil entre qualquer candidato e um postulante que fugiu e prejudicou a nação.

As andanças do Zero Três pela Casa Branca custaram sanções a autoridades do STF que mais irritaram do que assustaram os alvos. E quem não tem a possibilidade de fugir hoje teme uma reação da Corte.

Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, foi até os Estados Unidos convencer Eduardo a recuar. Em vão.

O deputado está indisposto a dar um passo pra trás. Na impossibilidade de ver o pai solto diante da pressão, prefere colocar fogo no país inteiro (sim, com o pai, os irmãos e os aliados dentro).

No siricutico, sobrou para todo mundo, até para o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, alvo de ataques nas redes.

Tal postura basicamente sepultou as chances de Eduardo ser o candidato do PL ao Planalto.

Mas ele tem certeza de que o problema é o partido, não ele.

E já ensaia migrar para outra legenda.

O Novo era uma possibilidade, mas ela perdeu força conforme o deputado se radicalizava (ou melhor, deixava evidente o que sempre foi).

O problema é justamente esse: como puxador de votos, numa disputa proporcional, Eduardo ainda era um correligionário que interessa. Mas sem o pai para impor freios, age agora um touro solto que já não tinha muita noção da realidade. Agora, longe de tudo e sem qualquer filtro, perdeu de vez. 

A prova disso é acreditar que pode ser presidente com uma plataforma de conspiração que não beneficiou ninguém, nem o próprio pai.

*Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal iG



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