Salvar animais órfãos e feridos faz detentos se reconectarem com o amor


O amor cura e transforma. Detentos estão cuidando de 284 animais órfãos, feridos e vulneráveis. E o melhor: com isso, os presos estão aprendendo a se reconectar com o respeito e com a vida deles próprios.

São coelhinhos atropelados, pequenos gambás abandonados pelas mães, passarinhos que caíram do ninho… bichinhos que precisam de ajuda e atenção redobrada para conseguirem voltar para a floresta ou para o campo.

“Os homens que participam deste programa têm a chance de cuidar de algo além de si mesmos, e é possível ver as mudanças no comportamento. Eles tendem a se manter longe de problemas, longe de drogas e têm um interesse crescente em aprender mais sobre os animais de que cuidam”, contou Scott Fuqua, agente penitenciário e coordenador do programa.

Parceria linda

A reabilitação de presos e animais é feita em Ohio, nos Estados Unidos, nas cadeias Marion e Richland e no Reformatório Feminino de Ohio, em parceria com o Centro de Vida Selvagem da cidade, que treina presos interessados ​​em como alimentar e cuidar de animais selvagens feridos ou abandonados.

Os bichinhos ficam em aviários especiais ou mesmo em gaiolas dentro das celas dos presos para eles aprenderem a cuidar dos animais e, assim, cuidarem de si mesmos.

Entre janeiro e junho, 284 animais foram acolhidos em Marion e o Scott espera que esse número chegue a 1.000 até o final do ano. “O efeito que este programa tem sobre os infratores aqui é notável”, disse Fuqua a Olivia Young, do Smithsonian.

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Detento cuida de dezenas de espécies

Tierre M., que já está preso há 30 anos com provável sentença de prisão perpétua por homicídio cuida de dezenas de espécies em situações diferentes.

“Quando algumas dessas aves chegam, é devastador vê-las”, disse ele. “Então, ver [um bichinho] ficando mais forte e a força retornando, a vida retornando, é incrível.”

Ele foi um dos primeiros homens a entrar no programa, há mais de 25 anos, quando o Ohio Wildlife Center, sob a direção de seu falecido fundador, começou a expandir os centros de tratamento e reabilitação de animais selvagens para as instalações de justiça criminal do estado.

Mulheres detentas também cuidam de animais

Em 1994, algumas das detentas do Reformatório Feminino de Ohio começaram a receber treinamento sobre como cuidar da vida selvagem e, desde então, ajudaram a reabilitar milhares de animais órfãos sob a orientação do Ohio Wildlife Center.

“É importante para nossas mulheres que o tempo que passam conosco seja transformador e que realmente ajude a reabilitá-las”, disse Clara Golden-Kent, assessora de imprensa do Departamento de Reabilitação e Correção de Ohio.

“Essa é a beleza deste programa – tanto os animais quanto os detentos estão sendo reabilitados.”

“Eu cresci com animais, e eles sempre fizeram parte da minha vida”, disse a detenta Amanda Sawye.. “O programa nos ajuda e ajuda os animais, então estou realmente ansiosa por isso.”

9 mil animais resgatados

O hospital do Ohio Wildlife Center tratou cerca de 9.000 animais de quase 200 espécies ao longo do ano até agora, e muitos deles precisarão de reabilitação adicional antes de serem soltos. Esse trabalho será realizado por voluntários, 70% deles realizado nas prisões.

Mais de 60 detentos em 5 instituições correcionais estaduais já participaram do projeto, 52 deles em Marion, a única unidade que acolhe aves.

E um dos idealizadores do projeto conta os presos que têm mau comportamento perdem o acesso ao programa e o direito ter bichinhos de estimação com eles nas celas.

Isso os motiva a serem melhores no dia a dia na cadeia.

Que boa ideia para ser copiada, não acha?

284 animais órfãos e feridos estão sendo cuidados por detentos em cadeias de Ohio EUA, em parceira com uma ONG que resgata animais. - Fotos: ohiowildlifecenter

284 animais órfãos e feridos estão sendo cuidados por detentos em cadeias de Ohio EUA, em parceira com uma ONG que resgata animais. – Fotos: ohiowildlifecenter



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