Com restrições, Moraes libera redes sociais de Zambelli


Carla Zambelli está presa na Itália
Reprodução

Carla Zambelli está presa na Itália

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quinta-feira (25) o desbloqueio dos perfis da deputada federal Carla Zambelli (PL) nas principais redes sociais.

A decisão alcança também contas de familiares, como seu filho João Zambelli e sua mãe Rita Zambelli, que estavam suspensas desde junho.

A medida libera perfis em plataformas como Gettr, Meta (Facebook e Instagram), LinkedIn, TikTok, X (antigo Twitter), Telegram e YouTube.

As empresas foram intimadas a cumprir a decisão imediatamente, preservando os conteúdos já publicados, mas retirando do ar postagens consideradas ilícitas.

Entenda:  Zambelli diz à CCJ da Câmara que será solta em breve na Itália

Moraes justificou a revogação pelo “atual momento processual”, afirmando não ser mais necessária a manutenção do bloqueio integral.

No entanto, impôs a exclusão obrigatória de publicações classificadas como “notícias falsas e fraudulentas”, que colocavam em dúvida a lisura das eleições, promoviam discursos de ódio e atacavam o Poder Judiciário.

Em caso de reincidência, foi estabelecida multa diária de R$ 20 mil por perfil envolvido. O ministro destacou que a revogação não impede sanções futuras caso haja novas infrações.

Os perfis de Zambelli haviam sido bloqueados em 4 de junho de 2025, após sua fuga do Brasil para evitar o cumprimento de uma pena de 10 anos de prisão em regime fechado.

A condenação foi imposta pela Primeira Turma do STF, por unanimidade, pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Segundo a acusação, ela coordenou, com o hacker Walter Delgatti Neto, a invasão de sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e a produção de um mandado de prisão falso contra Moraes.

Na ocasião do bloqueio, Moraes também decretou prisão preventiva, inclusão na difusão vermelha da Interpol e bloqueio de bens e contas bancárias da parlamentar e de seu marido.

O bloqueio das redes atingiu 11 contas no total e tinha como objetivo impedir a continuidade da disseminação de desinformação.

Zambelli foi presa em Roma, em julho deste ano, após alerta da Interpol. Ela permanece detida na Itália, onde aguarda julgamento sobre o pedido de extradição do Brasil. As autoridades italianas consideram alto o risco de fuga e mantêm a prisão preventiva.

Audiência de Zambelli na Câmara

A deputada licenciada Carla Zambelli (SP), em depoimento à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil.

A deputada licenciada Carla Zambelli (SP), em depoimento à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados

Durante audiência remota na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, na quarta-feira (24), Zambelli criticou Moraes pelo bloqueio das redes e afirmou sofrer problemas de saúde na prisão.

Sua defesa sustenta que não há provas materiais do envolvimento direto dela na invasão e questiona a imparcialidade do ministro.

O bloqueio das redes gerou recursos de empresas e aliados da deputada. Em junho, a plataforma X contestou a medida no STF, alegando desproporcionalidade, já que atingia conteúdos lícitos.

Em carta divulgada da prisão, Zambelli acusou Moraes de perseguição. Parlamentares como Marcel van Hattem também criticaram a decisão.

Além do processo criminal, a deputada enfrenta um procedimento no Conselho de Ética da Câmara, que avalia sua cassação.



IG Último Segundo