como o São Paulo reverteu um 2 a 0


Cafu e Raí foram decisivos no Tricolor nos anos 90.
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Cafu e Raí foram decisivos no Tricolor nos anos 90.

Nas quartas de final da Libertadores da América de 1993, o São Paulo tinha a missão considerada quase impossível de reverter o placar de 2 a 0 para os argentinos do Newell’s Old Boys. Na mesma posição se encontra o time de Hernán Crespo em 2025, no diante da LDU. A diferença é que havia o gol qualificado, então o time brasileiro não podia se arriscar tanto. 

Os torcedores, que preencheram apenas parte do Morumbi, sonhavam com um empate no placar agregado e uma dramática decisão nos pênaltis. Mas Raí, em noite iluminada (com o dedo da mão quebrado), e Cafu, escalado como ponta, resolveram a parada.

Como era o São Paulo de Telê

Se começar pela escalação do São Paulo, parece até que foi fácil. O time de Telê Santana (já podia parar por aqui) começava em Zetti e terminava em Raí, Palhinha, Muller e Cafu. Mas, para reverter o resultado, o time precisou de Raí em um daqueles dias. E Cafu como atacante — um ano antes do tetra como lateral da seleção brasileira  —, jogando na sua posição natural daquela época.

Os tempos eram outros. O Tricolor era o campeão mundial e tinha o benefício de entrar só naquela fase da Libertadores. Mas, logo no primeiro confronto, enfrentava justamente o adversário da final de 1992. No ano anterior, os argentinos tinham vencido por 1 a 0 em casa e o São Paulo conseguiu, a muito custo, levar a decisão para os pênaltis no Morumbi. Uma sina que se repetiu tantas outras vezes.

O placar de 2 a 0 para o Newell’s, em Rosário, — sem Raí em campo — deixou claro o clima de revanche.

Morumbi: 2 a 0 no primeiro tempo

O São Paulo começou bem o jogo da volta, mas estava difícil sair o primeiro gol. A torcida já estava impaciente quando o imponderável resolveu fazer uma tabelinha com o “Terror do Morumbi”. O volante Dinho experimentou de longe, Raí tentou se abaixar, mas a bola bateu nas costas do capitão, enganando o goleiro Scoponi: 1 a 0.

Não demorou muito para surgir uma falta na medida exata para Raí, que jogava no sacrifício (acredite!), reviver o gol histórico contra o Barcelona. Só colocou a bola no outro canto: 2 a 0.

Pênaltis quase garantidos, o Tricolor voltou para o segundo tempo decidido a resolver o confronto. Criou muitas situações de gol, com Raí e Muller, mas a bola parecia que não queria mais entrar. O clima era tenso porque, se o adversário marcasse, o São Paulo teria que fazer mais dois. 

Mas aos 30 minutos do segundo tempo, a bola sobrou para Raí na entrada da área e o camisa 10 não perdoou, desta vez contando com um desvio da zaga.

O Morumbi já respirava, mas um gol do adversário poderia mudar tudo. Somente aos 38 do segundo tempo, Cafu, camisa 11 do Tricolor, tabelou com Palhinha e marcou o 4 a 0, decretando a classificação.

Resumo da ópera: São Paulo bicampeão da América e do mundo.



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