Independentemente dos detalhes e fatos atuais, as pessoas costumam enxergar as coisas e criar conceitos e narrativas de acordo com o que pensam e desejam. Tornam-se tendenciosas, umas mais que as outras. É difícil ser um observador totalmente neutro.
As manifestações pelas ruas do país contra a anistia e contra a PEC da Blindagem em favor dos congressistas, autorização para a bandidagem, são bem-vindas e necessárias. Outras deveriam ocorrer, contra as absurdas emendas parlamentares, o roubo dos aposentados no INSS, a crescente violência e criminalidade e tantas outras situações que assolam o Brasil há décadas, em diferentes tipos de governos.
O melhor jogador do mundo é Mbappé, mesmo não sendo o melhor do ano. Dembélé, eleito, é um ótimo atacante, irregular e que teve um momento excepcional. É evidente a queda técnica e de prestígio de Vinicius Junior. Tomara que seja passageira.
Depois de meus dez dias de férias, sem ver futebol, retorno e encontro situações diferentes e iguais. Os árbitros continuam ruins. Pior, o VAR, que deveria ter a função de corrigir um nítido erro do árbitro, fez o contrário: induziu o árbitro a marcar um pênalti que nunca existiu e que o árbitro não tinha assinalado.
Dez dias atrás, o melhor time do Brasil era o Flamengo. Agora falam que é o Palmeiras. Um analista disse que o Palmeiras melhorou porque não depende mais de Estêvão, com o argumento de que o time se concentrava demais no jogador.
Daqui a pouco alguém vai dizer que os craques fazem mal aos times.
Quem não mudou é o Cruzeiro, que continua muito forte sob o comando de Leonardo Jardim. Difícil é entender o que ele fala.
No mundo do futebol, os jogadores e treinadores costumam ser rotulados de bons ou ruins, heróis ou vilões. Não é bem assim.
Guardiola é um excepcional treinador, revolucionário, mas também comete erros, embora raramente seja criticado. O Manchester City sob o comando de Guardiola perdeu excelentes jogadores, como De Bruyne e Alvarez, e contratou outros que não se destacaram.
Rogério Ceni talvez seja entre os brasileiros o que teria hoje mais condições de ser técnico da seleção se Ancelotti não tivesse sido contratado. Porém Ceni comete falhas. Contra o Ceará, no momento em que o Bahia jogava melhor, sob o comando criativo de Everton Ribeiro, Ceni substituiu o jogador e o time piorou. Esperei na entrevista que ele desse uma explicação, mas ninguém perguntou.
Contra o Flamengo, Fernando Diniz foi bastante elogiado pela agressividade e xingamentos ao jovem e talentoso Rayan, com a justificativa de que esse comportamento do treinador faz com que o atleta cresça no jogo e na carreira. Não há necessidade daquilo, que pode até surtir efeito contrário. Além do mais, o fator essencial para a evolução de um jovem é seu talento.
Sempre que Fernando Diniz dirige um time, exaltam o dinizismo, como se fosse uma grande novidade a saída de bola desde o goleiro com troca de passes. Hoje, quase todos os times do Brasil e do mundo adotam essa postura e a pressão para recuperar a bola na saída do goleiro. O futebol fica mais bonito e intenso.
A beleza é importantíssima, desde que associada à técnica e à eficiência. Não basta jogar bonito. É preciso vencer.
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Folha de S.Paulo