
GP do Azerbaijão
O GP do Azerbaijão de Fórmula 1 nos trouxe algumas lições: Max Verstappen chegou e a McLaren não pode fazer muita coisa sobre isso; não há nada tão ruim que não possa piorar na Ferrari; e o Carlos Sainz precisa um estoque de adesivos de unicórnio.
Após uma classificação eletrizante nas ruas de Baku, o domingo foi morno. A grande emoção ficou por conta do, surpreendentemente, único abandono, que foi justamente o líder da temporada, Oscar Piastri, da McLaren. Como o lance fatídico aconteceu logo na primeira volta, o restante da corrida pode ter deixado muitos brasileiros, que acordaram no novo horário das 8 horas, com sono.
McLaren precisa abrir o olho
Mas foi essa batida e o fato de Max Verstappen, da Red Bull, ter liderado de ponta a ponta, que podem ter reacendido uma faísca no campeonato de 2025 da Fórmula 1. Nos dois últimos GPs, o holandês ganhou 35 pontos em relação a Piastri e agora está 69 pontos atrás do líder da temporada.
E o que explica esse salto é o fato da Red Bull ter melhorado o carro desde Silverstone, algo que foi acentuado com um ajuste no assoalho em Monza, proporcionando um baixo downforce e muita carga aerodinâmica nas asas dianteiras nas últimas duas corridas. Esse acerto escolhido para Verstappen foi o ideal.
Ao longo de todo o ano, a McLaren não teve o carro mais dominante apenas em cinco situações, mas em nenhuma dessas a desvantagem foi tão grande como a das duas últimas corridas, dominadas pelo piloto holandês.
Porém, o ritmo fraco de Lando Norris em Baku é o que mais causa preocupação na equipe de Woking no momento.
Os pontos fortes da McLaren estão principalmente nas curvas médias e rápidas, mas não nos trechos lentos, algo que era mais comum no circuito de Baku.
Ainda assim, a McLaren é ampla favorita para o campeonato mundial.
Já em Singapura, as características da pista tendem a favorecer novamente Norris e Piastri e prejudicar os pilotos da Red Bull. Entretanto, se nesta pista o cenário se inverter, o sinal de alerta deve apitar na McLaren.
A decepção tem cor e é vermelha
Acredite ou não, a expectativa em Maranello era de que Baku seria a melhor pista para a Ferrari até o final da temporada.
E a perspectiva era boa, principalmente nos treinos livres de sexta-feira. Essa era a esperança da torcida ferrarista, os tifosi, que foi completamente frustrada por um único motivo: a fraca classificação.
Para comprovar essa tese, basta ver como Charles Leclerc e Lewis Hamilton foram mais rápidos que Liam Lawson, da Racing Bulls, mas terminaram atrás dele. E foram justamente as posições de largada fracas que ocasionaram essa situação.
Nem mesmo uma diferença de estratégia entre os pilotos da escuderia italiana pôde salvar o desempenho decepcionante no último final de semana.
E, para deixar a situação mais grave, Leclerc ainda enfrentou um problema na bateria, após ficar travado no famoso “trenzinho de DRS”, algo semelhante ao que aconteceu com Norris.
Adesivo colado é sorte no campeonato
Mas, além da batida seguida de abandono do líder da temporada, o ponto alto do dia foi ver uma Williams no pódio novamente. Tal fato não acontecia desde 2021, na corrida que nunca aconteceu no GP da Bélgica, quando George Russell conquistou um segundo lugar.
Mas engana-se quem pensa que foram apenas as longas retas de Baku o fator determinante para que o espanhol conquistasse o terceiro lugar no último domingo. Ele contou um pouco com a sorte. E uma sorte muito fofa.
Em um vídeo nas redes sociais, a Williams mostrou uma pequena fã de Sainz pedindo para que ele a ajudasse a escolher o nome para seu unicórnio de pelúcia: Sparkles ou Sprinkles.
Além disso, queria que o piloto usasse um adesivo de unicórnio em seu capacete. Algo que ele disse que atenderia, caso ela mesma desenhasse e enviasse para ele. Dito e feito.
O adesivo chegou e foi colado no capacete de Sainz, que teve um desempenho fantástico na classificação, ficando atrás apenas de Verstappen.
O espanhol chegou a brincar com o fato de ver se poderiam manter o Sparkles, nome de sua preferência para o unicórnio desenhado pela sua fã, até o fim da temporada. Depois do desempenho no Azerbaijão, se eu fosse ele, o faria.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG
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