Alison dos Santos, o Piu, tem bi mundial “anulado” e fica com a prata
Por alguns instantes, Alison dos Santos, o Piu, pode ser considerado bicampeão mundial dos 400m com barreira, nesta sexta-feira (19). A confusão após a disputa da prova, em Tóquio, no Japão, durou aproximadamente cinco minutos.
Piu cruzou a linha de chegada em segundo lugar, logo atrás de Rai Benjamin. O brasileiro, que é medalhista olímpico, campeão mundial e pan-americano, fez o tempo de 46s84, enquanto o velocista norte-americano fez 46s52.
A situação ocorreu por conta de uma breve desclassificação do estadounidense. No momento da disputa, ele teria batido em na própria barreira e descolado a da raia ao lado, quebrado a regra TR22.6.3 do regulamento da World Athletics, organizadora da competição.
Contudo, a entidade mudou de decisão, após um recurso apresentado pela federação americana.
Segundo o regulamento da World Athletics, Rai Benjamin, atual campeão olímpico, só seria devidamente removido do resultado final se fosse comprovada a intenção de atrapalhar o adversário da raia ao lado, que no caso, se tratava do nigeriano Nathaniel Ezequiel. O que não aconteceu, de acordo com a W.A.
As federações do Brasil, Nigéria e Catar ainda tentaram, por duas vezes, nova revisão do resultado final, porém, sem sucesso.
Como resultado final, Piu permaneceu com a medalha de prata, conquistada após o brilhante desempenho na prova.
Fechou o pódio junto dele e do norte-americano, o catari Abderrahman Samba, com 47s06.
“Estou feliz. Medalha de prata. A gente queria o ouro, mas estou orgulhoso da trajetória, do resultado que a gente fez hoje. É isso o que importa, ir ali, estar ali, chegar na final. Entregar 100%, posso falar que eu me entreguei nessa prova”, comemorou o brasileiro, em entrevista ao Sportv.
Piu ainda comentou sobre a confusão e disse: “Eles não entregaram as medalhas de início. Eles estavam revisando a prova, e eu não imaginava o que poderia ser. Nós ficamos sentados, bebendo água, esperando e respirando. E, conforme o tempo foi passando, nada acontecia. Me chamaram da arquibancada e me disseram que o Benjamin tinha sido desclassificado e que eu estava com o ouro, mas para eu não falar nada.
Se algo irregular aconteceu, faz sentido ser desclassificado. Mas se nada irregular aconteceu, não é assim que eu quero ganhar meu ouro. Obviamente, eu comemoraria o ouro. Mas eu não quero ganhar, porque alguém perdeu, eu quero realmente conquistar a medalha”.
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