Câmara de Cantagalo aprova projetos que fortalecem direitos das pessoas com TEA e Síndrome de Down


Na sessão legislativa da última quinta-feira (21/08), a Câmara Municipal de Cantagalo aprovou dois importantes projetos de lei de autoria do vereador Matheus Arruda (Solidariedade), voltados à garantia de direitos e à inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Síndrome de Down no município.

Os Projetos de Lei nº 036/2025 e nº 038/2025 foram aprovados por unanimidade e agora seguem para sanção da Prefeita Municipal Emanuela Teixeira Silva.

O Projeto de Lei nº 036/2025 estabelece o caráter permanente dos laudos médicos que atestem o diagnóstico de TEA e Síndrome de Down, reconhecendo sua validade por tempo indeterminado em todo o território municipal. A medida visa desburocratizar o acesso a políticas públicas, serviços e benefícios destinados a essas pessoas, considerando que ambas são condições irreversíveis.

Segundo o vereador Matheus Arruda, o objetivo é reduzir o sofrimento das famílias e evitar a necessidade de renovação constante de documentos médicos. A iniciativa se baseia em legislações federais e estaduais, como a Lei Federal nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, e a Lei nº 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

“Trata-se de uma medida de justiça que promove dignidade e inclusão, eliminando entraves burocráticos que dificultam a vida de quem já enfrenta inúmeros desafios”, destacou o parlamentar.

Já o Projeto de Lei nº 038/2025 institui a Política Municipal de Diagnóstico Tardio de Autismo, com foco na identificação de sinais de TEA em adultos e idosos que não foram diagnosticados na infância. A proposta prevê diretrizes como campanhas públicas de conscientização, capacitação de profissionais de saúde e educação, apoio psicológico às famílias, e parcerias com universidades e instituições especializadas.

De acordo com a justificativa do projeto, muitas pessoas passam anos — ou mesmo a vida inteira — sem um diagnóstico correto, o que pode gerar sofrimento psicológico, exclusão social e falta de acesso a direitos e tratamentos adequados.

“Essa é uma iniciativa para ampliar o olhar da sociedade e da rede pública sobre o autismo em todas as idades. O diagnóstico tardio pode transformar vidas, oferecer respostas e abrir caminhos para uma melhor qualidade de vida”, afirmou Matheus Arruda.

As propostas seguem agora para análise do Poder Executivo, que poderá sancionar as leis nos próximos dias.

A expectativa é de que as medidas tragam avanços concretos nas políticas públicas de inclusão e acessibilidade em Cantagalo.

 



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