Moradores, veranistas e comerciantes reivindicam que projeto, antes de ser executado, seja aprovado em audiências públicas
Por Salim Burihan
Os prefeitos Toninho Colucci, de Ilhabela, Mateus Silva, de Caraguatatuba, Flávia Paschoal, de Ubatuba e o vice-prefeito José Reis, de São Sebastião estiveram reunidos com o Secretário de Parcerias e Investimentos, Raphael Benini, ontem, terça-feira(19), na capital paulista.
Na pauta da reunião, a duplicação da Rodovia Rio-Santos, a SP-55, na ligação entre Caraguatatuba – Ubatuba. A rodovia atualmente, nos feriados prolongados e férias de verão, enfrenta tráfego intenso e congestionamentos, devido ao excesso de veículos que trafegam pela pista simples.
Os congestionamentos prejudicam não apenas os turistas, o turismo, mas também, o transporte de trabalhadores, estudantes e moradores.
Segundo a prefeita de Ubatuba, Flávia Paschoal, o turismo, que é uma das principais economias da região, também sofre com os atrasos e dificuldades de acesso. “Ubatuba e Caraguatatuba recebem milhares de visitantes anualmente, e a mobilidade limitada afeta a experiência do visitante, refletindo na economia local”, comentou ela através de suas redes sociais.
Flávia afirmou ainda que outro ponto de grande preocupação é a segurança viária: os trechos de pista simples aumentam o risco de acidentes graves, colocando em risco a vida de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres.
Segundo ela, a duplicação da rodovia representa um sonho antigo da população do Litoral Norte, trazendo mais segurança, qualidade de vida e desenvolvimento para toda a região. ”Estamos confiantes de que, com união e diálogo, avançaremos nesse projeto tão necessário para o futuro da nossa região”, finalizou.
“Estamos reivindicando por essa duplicação há mais de 30 anos, agora, o governo do estado decidiu fazer a obra que consideramos muito importante para a nossa região”, comentou o prefeito Mateus Silva, de Caraguatatuba.”
O Secretário de Parcerias e Investimentos, Raphael Benini, comentou que o projeto da duplicação já está sendo executado, que os valores ainda estão sendo discutidos e qu como orçamento, aguarda-se apenas a ordem do governador para que a obra seja iniciada.
Protestos

Em abril, moradores, veranistas e comerciantes de Caraguatatuba fizeram um protesto contra o projeto inicial elaborado e divulgado pela Concessionária Tamoios, orçado em R$ 12 milhões. Os manifestantes reivindicaram que o projeto de duplicação fosse definido após a realização de audiências públicas nas duas cidades.
A Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI), procurada após as manifestações em Caraguatatuba, informou que a concessionária Tamoios entregou os estudos da duplicação da Rodovia Rio-Santos, a (SP-055), e que a pasta solicitou revisões para melhorias, as quais devem ser apresentadas até o final do segundo semestre deste ano.
A sociedade civil também considera importante a duplicação da Rio-Santos, no trecho entre Caraguatatuba e Ubatuba, mas cobra a realização de audiências públicas em Caraguatatuba e Ubatuba, antes do estado definir as obras que serão realizadas.

Nas audiências públicas, que devem ser realizadas para consultar a população de Caraguatatuba e Ubatuba, boa parte dos moradores, veranistas e comerciantes irá se posicionar contra o projeto inicial divulgado pela concessionária no início deste ano e defender que a duplicação do trecho seja idêntica ao traçado do Contorno Sul da Tamoios, na ligação entre Caraguatatuba e São Sebastião, passando por trás de praias como Massaguaçu, Maranduba e Praia Grande.
O projeto inicialmente apresentado, se mantido, segundo moradores e comerciantes que vivem na área litorânea entre as duas cidades, causará profundos impactos na orla da região norte: vai acelerar ainda mais a erosão da praia; provocará a poluição visual e desvalorização de imóveis e comércios; diminuirá o acesso à praia; interferirá na perda da qualidade de vida dos moradores e veranistas; e, diminuirá os acessos a rodovia.
“Duplicar somente para encurtar o tempo de viajem de São Paulo, fomentar a construção civil e especulação imobiliária, sem projetos claros de infraestrutura e resiliência ambiental seria uma grande irresponsabilidade. Não podemos perder a oportunidade de um investimento como esse para fazer o trabalho que precisa ser feito olhando para o futuro de Caraguatatuba e Ubatuba”, comentou o ambientalista e conselheiro do Consema, Eduardo Leduc, que possuí casa na Tabatinga.
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