
Alcolumbre foi derrotado
A eleição de Carlos Viana(Podemos) para presidir a CPMI do INSS surpreendeu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre(União Brasil). O senador tinha a expectativa de emplacar Omar Aziz(PSD) no comando do colegiado, mas a articulação silenciosa da oposição desfez os cálculos da base governista.
Segundo interlocutores, Alcolumbre acreditava que o desgaste maior ficaria com o presidente Lula (PT), já que a avaliação era de que o acordo costurado com o Planalto garantiria tranquilidade na escolha do nome de Aziz.
No entanto, a movimentação em torno de Viana inverteu o cenário e expôs fragilidade também ao presidente do Senado.
A reação no governo foi imediata. Lideranças petistas foram convocadas para uma reunião de emergência, ainda na noite da votação, para avaliar a derrota e definir nova estratégia.
Apesar disso, a surpresa maior recaiu sobre Alcolumbre, que confiava ter assegurado apoio suficiente para indicar Aziz sem obstáculos.
Nos bastidores, senadores afirmaram que Alcolumbre manteve a CPMI travada por quatro meses à espera do desfecho. A confiança era de que, quando aberta, a presidência ficaria sob seu controle.
Um dirigente da base relatou que o presidente do Senado sempre dizia possuir domínio sobre a Casa, mas a votação mostrou que essa força não era absoluta.
A disputa foi definida por 17 votos a 14. Inicialmente, Viana enfrentava Eduardo Girão (Novo) pela presidência. Contudo, Girão retirou a candidatura e declarou apoio ao colega mineiro, consolidando a vitória da oposição.
Indicação de Aziz era estratégica

Omar Aziz seria o presidente da CPMI
A indicação de Aziz era considerada estratégica para o governo, já que o parlamentar é aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa era que sua presença à frente da Comissão pudesse conter avanços da oposição nas investigações sobre descontos irregulares em aposentadorias e pensões.
Parlamentares de direita e centro-direita, entretanto, resistiram à possibilidade de Aziz no comando, alegando risco de influência direta do Planalto na condução dos trabalhos.
O movimento resultou no fortalecimento de Viana e na derrota inesperada para Alcolumbre e aliados.
A avaliação dentro do Senado é de que o episódio enfraqueceu não apenas o governo, mas também o presidente da Casa, que saiu da disputa com a imagem de controle reduzido sobre os rumos políticos do colegiado.
IG Último Segundo