Lucca Mendonça – especial para a Motor Showi Lucca Mendonça – especial para a Motor Show https://motorshow.com.br/autor/lucca-mendonca-especial-para-a-motor-show
15/08/2025 – 7:00
Presente no mercado brasileiro desde o início dos anos 2010, o Renault Duster nunca trocou de geração. Na realidade, passou por uma profunda reestilização em 2020, que lhe garantiu sobrevida até hoje. Ainda assim, na base, é o mesmo carro desde a estreia.
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Na Europa, enquanto isso, já existe um novo Duster, com plataforma modular, motorização híbrida e design dos mais atuais. Seu desenvolvimento também foi liderado pela Dacia, braço romeno da Renault, porém sobre a base CMF-B, mesma do atual Nissan Kicks. Para que se tenha uma ideia, o nosso Duster brasileiro ainda utiliza a boa e velha A0, datada do início dos anos 2000.

A Renault, sabendo que não pode perder esse importante mercado de SUVs compactos, parece estar se mexendo para trazer esse novo Duster ao Brasil. Ao menos, é o que indicam unidades circulando em testes por aqui, de acordo com flagras recentes (veja esse do portal Motor1, por exemplo).
Como é o novo Duster?
Essa nova geração, lançada oficialmente no final de 2023, trouxe uma nova identidade visual: parruda, com linhas retas e mais quadradas, de carroceria com quinas e estilo meio “robotizado”. Curiosamente, ela é praticamente do mesmo tamanho do carro vendido atualmente no Brasil, com leve diminuição no comprimento (de 4,38 m para 4,35 m) e entre-eixos (de 2,67 m para 2,66 m). O mesmo vale para o porta-malas, de 472 litros (475 no modelo nacional), ainda assim generoso.

Onde essa nova geração do Duster evolui bastante é na parte mecânica: além de motorização híbrida, que mescla combustão e eletricidade, ele se beneficia de um conjunto de suspensões completamente independente nas quatro rodas, com o “luxo” do eixo traseiro multilink, ao menos nas versões com tração 4×4. Se esses refinamentos vão se manter na futura versão nacional, aí já é outra história…
Motorização do novo Duster

A oferta de motorizações inclui um pequeno 1.0 turbo com cerca de 100 cv de potência, um 1.2 turbo com tecnologia híbrida-leve de 48 volts (aproximadamente 130 cv), e um 1.6 híbrido pleno com pouco mais de 140 cv. Essa terceira opção é a única automática, enquanto as demais trazem câmbio manual de seis marchas, inclusive quando 4×4. A versão de motor menor, aliás, tem a opção de vir com GNV de fábrica, chamado por lá de “LPG”.

Por dentro, esse novo Duster já está bem além do carro vendido atualmente no Brasil. Conta com painel de instrumentos totalmente digital (similar ao do Kardian), tela multimídia de 10”, sistema de som Arkamys 3D, rodas aro 18, entre outras funcionalidades bacanas, como forração dos bancos lavável em algumas versões.
Além disso, o pacote de assistências à condução é bem amplo, como exige o mercado europeu: alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, leitor de placas de sinalização, alerta de saída de faixa ativo, assistente de permanência na faixa, monitor de ponto-cego, ainda que o piloto automático adaptativo (ACC) fique de fora.
Mas, talvez não venha…
Os planos da Renault para com o Duster são secretos, mas, talvez, a marca esteja apenas testando sua motorização híbrida por aqui, e não o carro como um todo. Dado o fato que a marca francesa andou deixando de lado os projetos Dacia, e desenvolvendo carros mais autênticos para o mercado brasileiro (o Dacia Stepway foi redesenhado e virou o Kardian, enquanto o Dacia Bigster ganhou um banho de loja e virou o Boreal), pode ser que essa nova geração sirva de base para um outro carro, mais “abrasileirado”, que derive dela.

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