O que se sabe da fábrica da GWM que será inaugurada nesta sexta


A GWM desembarcou oficialmente no Brasil em 2023 ao lançar o seu SUV híbrido Haval H6, que se tornou o terceiro modelo eletrificado mais comercializado do país em 2025 – são mais de 16 mil emplacamentos realizados em 2025, até julho. Além dele, o fabricante tem ainda o Ora 03 e o Tank 300. Agora, a montadora vai inaugurar uma fábrica nesta sexta-feira, 15, em Iracemápolis, no interior de São Paulo, que pertencia à Mercedes-Benz.

Vale destacar que a BYD, sua concorrente direta e outra chinesa, iniciou as operações de sua fábrica em Camaçari (BA) em julho deste ano. Do local de montagem ainda estão apenas os primeiros protótipos de carros montados, mas ainda faltam licenças para o seu funcionamento pleno.

Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP)
Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP) – Crédito: Divulgação

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Investimentos de R$ 10 bilhões

A GWM estima investimento de R$ 4 bilhões até 2026 no país, o que já engloba a abertura da nova fábrica. De 2027 a 2032, são previstos mais R$ 6 bilhões. A planta de Iracemápolis deve atingir uma produção de 30 mil unidades por ano até o final de 2026, com capacidade para alcançar 50 mil unidades anuais nos próximos anos. 

A empresa é a primeira habilitada no Programa de Mobilidade Verde (Mover), do Governo Federal, para produção de modelos híbridos plug-in (PHEV) no Brasil.

Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP)
Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP) – Crédito: Divulgação

Produtos

A produção nacional da Great Wall começará com a linha Haval H6. Segundo a montadora, a produção inicial será no esquema que eles chamam de “peça por peça”, com componentes vindos da China e alguns periféricos nacionais, como pneus, bateria, entre outros. Pintura também será 100% nacional, e a meta é atingir 60% de nacionalização em 2026. Os modelos totalmente elétricos virão na sequência.  

Hoje, o Haval H6 inclui as versões HEV (híbrida convencional), PHEV19 (híbrida plug-in com baterias de 19 kWh), PHEV34 (híbrida plug-in com baterias de 34 kWh), além do SUV coupê esportivo GT. A engenharia brasileira da GWM diz trabalhar no desenvolvimento da versão flex dos Haval, prevista para o próximo ano. 

Haval H6
Haval H6 – Foto: Divulgação/GWM

Do local também estão previstos a caminhonete média Poer P30 eo novo integrante da linha Haval, o H9. Eles serão feitos a partir de agosto, enquanto as vendas devem ter início em setembro. Ambos virão com motorização turbodiesel, que inclui um 2.4 de quatro cilindros em linha, acoplado a um câmbio automático de nove marchas. Segundo a chinesa, essa transmissão é de desenvolvimento próprio. O conjunto, que inclui tração 4×4 com reduzida, rende 184 cv de potência com cerca de 49 mkgf de torque, ao menos nas especificações de outros mercados. A marca, porém, não confirma esses números para o Brasil.

GWM Haval H9 e Poer
GWM Haval H9 e Poer – Foto: GWM/divulgação

GWM testa caminhão a hidrogênio para mercado brasileiro

Além dos automóveis de passeio, a GWM também testa um caminhão a hidrogênio em solo brasileiro. O modelo, na verdade, é da FTXT, subsidiária da GWM na China e responsável pelo desenvolvimento de tecnologias de célula a combustível e componentes para que utilizam o hidrogênio. Fora do país asiático, ela adota a marca GWM Hydrogen.

O veículo desembarcou no Porto de Santos (SP) e seguiu para a fábrica da GWM em Iracemápolis (SP), onde passará por inspeções e validações antes de iniciar seus testes de rodagem.

GWM Hydrogen powered by FTXT
GWM Hydrogen powered by FTXT – Foto: Divulgação

Fase de testes

Os primeiros testes com o sistema de hidrogênio estão programados para setembro, em parceria com universidades brasileiras, incluindo a Universidade de São Paulo (USP), que já conta com infraestrutura para abastecimento a partir do etanol, tecnologia desenvolvida no Brasil para produzir hidrogênio de baixo carbono.

Inicialmente, os testes terão caráter essencialmente de pesquisa e desenvolvimento, com foco na transferência de conhecimento para as equipes brasileiras e na colaboração com centros de pesquisa e universidades.

Como funciona o veículo?

O veículo conta com uma bateria de 105 kWh e um conjunto de cilindros com capacidade para 40 kg de hidrogênio, que alimentam as células a combustível para gerar eletricidade. O sistema também permite recuperação de energia em desacelerações e frenagens, como em descidas de serra.

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