Premier League é atalho para brasileiro ir à Copa do Mundo – 14/08/2025 – O Mundo É uma Bola


Começa nesta sexta-feira (15), com a partida do Liverpool, o atual campeão, contra o Bournemouth, a badalada Premier League.

O Campeonato Inglês nada em dinheiro, é o mais rico do mundo. Oferece ótimos gramados, e os estádios estão invariavelmente cheios –aparentemente, os ingleses gostam mais de futebol do que nós.

Nesse cenário, a Premier League é objeto de desejo para grande parte dos jogadores, incluindo os brasileiros.

Da Inglaterra surgem propostas irrecusáveis, seja para o atleta, seja para o clube do atleta, seja para o empresário do atleta. É combinação de futebol bem jogado com altos salários, competitividade acirrada, torcidas apaixonadas, arenas impecáveis. Quem não quer?

De quebra, para os brasileiros, é a melhor vitrine que existe se o jogador almeja chegar à Copa do Mundo. Que está logo ali. A de 2026, nos EUA, no México e no Canadá, começa em junho, após o encerramento dos campeonatos que seguem o calendário europeu (agosto a maio).

Nas três Copas mais recentes, a seleção brasileira contou com maior número de jogadores que estavam no futebol inglês do que com os que atuavam em outras praças.

No Brasil-2014, eram 6 de 23. Na Rússia-2018, novamente 6 de 23. No Qatar-2022, veio a explosão: 12 dos 26 (quase a metade) da seleção de Tite desfilavam seu futebol na terra do rei Charles 3º, empossado em setembro de 2022, dois meses antes do Mundial.

Essa dúzia impressiona porque é metade do total (24) de brasileiros que começaram a temporada 2022/2023 na Premier League. Cinquenta por cento dos que lá estavam, ou um a cada dois, foram à Copa do Qatar. É uma porcentagem altíssima.

Voltando aos 12 “ingleses” na Copa-2022, 5 (quase a metade) foram titulares: Alisson, do Liverpool; Thiago Silva, do Chelsea; Casemiro, do Manchester United; Lucas Paquetá, do West Ham; Richarlison, do Tottenham.

Note que, estando na Inglaterra, não é necessário figurar em um time superpoderoso para ter vez na seleção brasileira, inclusive no 11 inicial, caso de Paquetá. Isso vale para a atualidade.

O italiano Carlo Ancelotti, que assumiu o comando do Brasil no fim de maio, incluiu em sua primeira convocação, para dois jogos pelas Eliminatórias da Copa de 2026, sete atletas da Premier League, de um total de 25.

Foram titulares contra o Equador Alisson, Casemiro, Bruno Guimarães e Richarlison. Diante do Paraguai, começaram jogando Alisson, Casemiro, Bruno Guimarães, Gabriel Martinelli e Matheus Cunha.

Este último defendia o Wolverhampton, um dos clubes mais modestos da elite inglesa. Andreas Pereira, do Fulham, outro time que está entre os menos conceituados do Campeonato Inglês, entrou no final da partida diante dos equatorianos.

Comprovadamente a Premier League é uma espécie de atalho para chegar à seleção. Assim, aumentam as chances de quem está lá faz tempo e também de novatos, como Estêvão (ex-Palmeiras, agora Chelsea), Igor Jesus (ex-Botafogo, agora Nottingham Forest), Lucas Pires (ex-Santos, agora Burnley).

São 33 brasileiros espalhados por 17 times. Que nos próximos nove meses estarão tentando gestar uma vaga na convocação final de Ancelotti para atravessar o Atlântico e passar algumas semanas na América do Norte.

Não de férias, mas em busca do hexa.

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Folha de S.Paulo