Ancelotti não deve ter gostado – 12/08/2025 – Tostão


Enfim Augusto Melo foi destituído da presidência do Corinthians. Seja qual for a decisão final da Justiça sobre as graves acusações, o presidente há muito tempo faz mal ao clube e ao time.

No fim de semana pelo Brasileirão, o grande protagonista foi novamente o VAR, o dono da bola, mesmo com decisões questionáveis. Quando há dúvidas e a decisão depende de interpretação, quem deveria definir seria o árbitro durante o jogo.

No pênalti marcado a favor do Palmeiras, é impossível um defensor, na disputa da bola, colocar os braços na posição natural, expressão inventada pelos que adoram regrinhas. Se o marcador ficar preocupado com a posição do braço, cometerá um erro técnico.

Na disputa da bola, quase sempre há contato entre um pé do defensor e um do adversário, como no gol anulado do Cruzeiro contra o Santos. A falta, que teria sido cometida por Matheus Pereira, é discutível.

Apesar das saídas de vários jogadores importantes de alguns grandes clubes, os times brasileiros são bastante favoritos para ganhar a Libertadores. São seleções sul-americanas. Muitos bons jogadores de outros países da América do Sul preferem jogar nas principais equipes brasileiras, onde ganham mais, do que em pequenos times europeus.

A superioridade técnica e financeira dos brasileiros deveria estar associada a um maior desenvolvimento social, o que não ocorre. O Brasil está abaixo de vários países sul-americanos no IDH (índice de Desenvolvimento Humano). Segundo noticiários, os parlamentares brasileiros enviaram R$ 13 milhões em emendas para 31 clubes de futebol. Enquanto isso, falta dinheiro para diminuir a vergonhosa situação do saneamento básico.

O Bahia, que faz parte do grupo City, seguindo o modelo do time inglês, joga o futebol mais bonito do Brasil, embora esteja longe de ser o melhor. O trio de meio-campistas, formado por Caio Alexandre, Jean Lucas e Everton Ribeiro, gosta da bola, troca muitos passes e envolve o adversário. Quando funciona bem e o time vence, é encantador. Porém falta mais agressividade e talento aos atacantes, e quando a equipe avança e perde a bola deixa muitos espaços na defesa. O time marca e sofre muitos gols.

Faltam ao Bahia o pragmatismo, a regularidade e a contundência do Palmeiras e faltam ao Palmeiras a leveza, a plasticidade e a troca de passes do Bahia. Se se juntassem as características técnicas de Rogério Ceni e Abel Ferreira, teríamos o treinador perfeito.

No final de semana, pelo Brasileirão, no Mineirão lotado, os torcedores com seus filhos foram para comemorar a vitória e ver Neymar jogar. O Cruzeiro, no primeiro tempo, massacrou o Santos e criou inúmeras chances de gol, mas só fez um. No segundo tempo, o Cruzeiro parece ter cansado, piorou, enquanto o Santos melhorou com várias mudanças de jogadores e estratégia e ganhou por 2 x 1, mesmo sem precisar de Neymar.

Ele teve uma atuação apagada. Lento, perdia facilmente a bola e reclamava muito. Teve apenas um belo lance, o drible no zagueiro Fabrício. Em outro momento, diante do goleiro, para o espanto de todos, chutou a bola na arquibancada.

Dizem que Ancelotti viu o jogo, não sei de onde. Não deve ter gostado.

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Folha de S.Paulo