Conheça as 5 maiores potências militares do planeta


Essas são as 5 maiores potências militares do planeta
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Essas são as 5 maiores potências militares do planeta

As forças armadas  de uma nação não são definidas apenas pelo tamanho de seus exércitos ou pela quantidade de tanques e caças que possui. Em um mundo onde o cenário geopolítico muda rapidamente, o conceito de potência militar exige uma análise mais ampla, que vai da capacidade industrial ao histórico de combate real.

Segundo o ranking Global Firepower 2025, os cinco países com maior poderio militar do mundo são, respectivamente, Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Coreia do Sul. Mas o que explica essa posição de destaque?

Para entender os critérios por trás da força militar e as dinâmicas atuais do poder bélico, o Portal iG conversou com o professor Júlio César Guedes Antunes, mestre em Sociologia Política e apresentador do canal “Sala de Guerra”.

“Além da força militar bruta, é necessário levar em consideração a capacidade de ampliar o arsenal rapidamente em caso de necessidade, a solidez da indústria de defesa, o acesso às matérias-primas e a experiência em combate real”, explica o especialista.

Soldados dos EUA
Claudia LaMantia/Department of Defense

Soldados dos EUA

Estados Unidos: hegemonia inquestionável

Com um orçamento militar que ultrapassa os US$ 997 bilhões (R$ 5.592.721.350.000), os Estados Unidos ocupam uma posição isolada na dianteira. O país reúne todos os critérios que definem uma potência militar: imenso parque industrial, centros de pesquisa de ponta, vasto arsenal, logística doméstica e uma longa trajetória de envolvimento em conflitos reais.

“Os EUA possuem a mais ampla experiência de combate real do mundo nos últimos 100 anos”, afirma Júlio.

Soldado russo olhando para a bandeira
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Soldado russo olhando para a bandeira

Rússia e China: gigantes com vulnerabilidades

Apesar de empatarem tecnicamente no ranking com um índice de 0.0788, Rússia e China apresentam diferenças importantes.

A Rússia continua sendo uma superpotência militar, especialmente por seu vasto arsenal nuclear. No entanto, enfrenta dificuldades para repor perdas no campo de batalha, como tem sido evidente na guerra contra a Ucrânia.

“A indústria russa vem se mostrando inadequada para suprir as perdas, e sua cadeia de suprimentos está bastante degradada devido às sanções internacionais”, analisa o professor.

Soldado chinês
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Soldado chinês

Já a China avança com rapidez, investindo fortemente em tecnologia e expansão de suas forças armadas. Seu parque industrial e centros de pesquisa são impressionantes, mas o país sofre com a dependência de suprimentos externos, especialmente petróleo, e com a falta de experiência prática em confrontos militares.

Índia: crescimento estratégico

A Índia ocupa a quarta colocação no ranking de 2025, mas tem se consolidado como uma potência em franca ascensão. Com US$ 75 bilhões (R$ 420.611.250.000) destinados à defesa, o país busca modernizar seu arsenal e ampliar a produção nacional de armamentos.

Exército Indiano
Pixabay

Exército Indiano

“A Índia investe continuamente em tecnologia e vem aumentando seus índices de internalização, o que significa maior autonomia na defesa. Além disso, sua diplomacia permite que transite bem entre os grandes poderes, o que reduz riscos logísticos”, diz Júlio.

Coreia do Sul: foco em autossuficiência

Na quinta posição, a Coreia do Sul pode surpreender. Embora seu arsenal seja menor em números absolutos, é altamente moderno e, principalmente, fabricado dentro do próprio país.

A constante tensão com a vizinha Coreia do Norte mantém os sul-coreanos em alerta permanente, o que resulta em um ciclo contínuo de investimento em pesquisa e desenvolvimento militar.

Bandeira da Coreia do Sul
Pixabay

Bandeira da Coreia do Sul

“O país produz seus próprios tanques e caças de superioridade aérea, e possui uma das maiores frotas de navegação comercial do mundo, o que facilita sua logística”, destaca o especialista.

Economia e defesa: uma relação nem sempre proporcional

Em geral, poderio militar e capacidade econômica caminham juntos. No entanto, há exceções notáveis. Júlio explica que alguns regimes autoritários investem desproporcionalmente em defesa, mesmo com economias frágeis. É o caso de países do Oriente Médio e da África, que importam grandes volumes de armamentos, mas não possuem indústria própria.

Outro exemplo são países ricos que reduziram drasticamente seus investimentos em defesa nas últimas décadas.

Soldados armados e helicóptero ao fundo
Pixabay

Soldados armados e helicóptero ao fundo

“A maior parte da Europa Ocidental viveu essa realidade desde os anos 1990, até ser despertada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022”, relembra o professor.

Guerras e dissuasão: o poder militar como ferramenta diplomática

Além de garantir a defesa, o poder militar também é uma arma de negociação. Júlio observa que, historicamente, grandes arsenais são usados para pressionar adversários e garantir vantagens em arenas diplomáticas e comerciais.

“Grandes arsenais fazem parte da estratégia de muitas nações para obter resultados positivos nas negociações. Armas nucleares são os principais elementos de dissuasão, mas mesmo as forças convencionais têm sido utilizadas com esse fim desde a Antiguidade”, pontua.

Tanque de guerra
Pixabay

Tanque de guerra

Um mundo em alerta

O cenário geopolítico atual tem influenciado diretamente no fortalecimento das potências.

Na Europa, a entrada de Suécia e Finlândia na OTAN abalou o equilíbrio militar na região, especialmente no Mar Báltico. A Alemanha promete transformar seu exército no mais poderoso da Europa.

No Indo-Pacífico, a Austrália está se rearmando com apoio ocidental, e a Coreia do Sul expande sua indústria bélica. O destaque, porém, é o Japão, que além de ampliar seu arsenal, discute mudanças constitucionais para eliminar o artigo que o impede de declarar guerra.

Japão visto do espaço
Nasa

Japão visto do espaço

O top 5 com base no Índice de Força Global

De acordo com o índice Global Firepower 2025, os Estados Unidos seguem como a maior potência militar do planeta, com uma pontuação de 0.0744. O país se destaca pelo imenso orçamento destinado à defesa, sua infraestrutura industrial autônoma, centros de pesquisa de ponta e, sobretudo, por acumular a mais vasta experiência de combate real nas últimas décadas.

Na segunda posição está a Rússia, com índice de 0.0788. Apesar de possuir um dos maiores arsenais nucleares do mundo, enfrenta dificuldades logísticas e industriais, agravadas pelas sanções internacionais decorrentes da guerra contra a Ucrânia. Ainda assim, continua sendo uma das nações mais militarmente capazes do planeta.

Empatada tecnicamente com a Rússia no ranking, a China, que também tem um índice de  0.0788, ocupa a terceira colocação. Com uma indústria bélica avançada e um arsenal em constante crescimento, o país vem investindo pesadamente em tecnologia de defesa. No entanto, sua cadeia de suprimentos, altamente dependente de importações (especialmente de petróleo), é considerada um ponto vulnerável, assim como a sua limitada experiência prática em combates reais.

A Índia aparece em quarto lugar, com índice de 0.1184. A nação asiática tem ampliado consistentemente seus investimentos em defesa, modernizando seus equipamentos e desenvolvendo capacidade industrial própria. Além disso, sua atuação diplomática eficaz permite à Índia manter boas relações com várias potências, o que reforça sua segurança estratégica.

Fechando o top 5, a Coreia do Sul alcançou um índice de 0.1656 e surpreende por sua autossuficiência tecnológica. Embora seu arsenal seja numericamente menor que o das demais potências, é altamente moderno e fabricado majoritariamente dentro do próprio país. O investimento constante em pesquisa militar, motivado pela tensão permanente com a Coreia do Norte, garante ao país um alto nível de prontidão e capacidade de resposta.

O que significa os números do ranking?

Por exemplo, se um país tem índice GFP de 0.0744, como os EUA em 2025, isso significa que ele está mais próximo da “perfeição militar teórica” (representada por 0.0000 no ranking). O índice é inversamente proporcional à força militar total: quanto mais próximo de zero, maior o poder militar.



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