
Walter Delgatti e Carla Zambelli
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL), presa na tarde desta terça-feira (29), na Itália, estava foragida, após ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli foi acusada de invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023, em parceria com o hacker Walter Delgatti, que também está preso.
Segundo a denúncia, os dois inseriram um mandado de prisão falso contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, assinado por ele mesmo.
Em maio, ela foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato, o que ainda será analisado pela Câmara.
No começo de junho, o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão preventiva.
No entanto, a deputada conseguiu embarcar para os Estados Unidos, de onde partiu, em seguida, para a Itália, país onde tem cidadania. Foi então decretada sua prisão preventiva.
Após a condenação, a própria deputada anunciou nas plataformas digitais que havia saído do país.
Depois disso, Carla Zambelli entrou para a lista vermelha de procurados da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal, como foragida internacional.
No último sábado (26), ela ressurgiu em uma rede social dizendo que vivia como “exilada política” na Itália enquanto aguardava a decisão do governo italiano sobre possível extradição ao Brasil.
O governo brasileiro tentava a extradição da parlamentar, até então sem sucesso.
Porte ilegal de arma e constrangimento
Antes do episódio de invasão dos sistemas do CNJ, que resultou na condenação da deputadas, Carla Zambelli já havia se envolvivo em outro caso polêmico e, por isso, também responde por porte ilegal de armas e constrangimento ilegal.
O fato ocorreu em 29 de outubro de 2022, depois de ser reeleita deputada federal e na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.
Zambelli foi filmado no bairro dos Jardins, em São Paulo, sacando uma arma de fogo e perseguindo um homem, após uma discussão política na rua.
Naquele ano, Jair Bolsonaro, que concorria à reeleição, foi derrotado nas urnas pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo os relatos e vídeos divulgados na ocasião, a situação começou quando Zambelli foi abordada por pessoas que gritavam o nome de Lula ao sair de um restaurante.
No meio da discussão, ela caiu na calçada, levantou e passou a perseguir o jornalista Luan Araújo, com uma pistola em punho, entrando inclusive em um bar onde o homem se abrigou.
A segurança de Zambelli também sacou uma arma e participou da perseguição.
Em sua defesa, ela alegou que foi cercada, ofendida e agredida pelo homem e que sacou a arma para “dissuadir o sujeito” até a chegada da polícia.
Posteriormente, a deputada tornou-se ré no STF, acusada de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma.
IG Último Segundo