Que ideia genial! Um novo tipo de reabilitação vem transformando vidas dentro da Penitenciária de Itajaí, em Santa Catarina. Lá, detentos do regime semiaberto participam do projeto “ReabilitaCÃO” e cuidam de cachorros vítimas de maus-tratos. Os cães resgatados ganham carinho, tratamento e uma nova chance, enquanto os internos aprendem a lidar com emoções, responsabilidades e, principalmente, com a empatia.
A proposta foi criada com o apoio do Poder Judiciário Estadual e da Justiça Federal e funciona em uma área especial dentro do Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí. Dez internos foram selecionados para participar do projeto, com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. A escolha levou em conta, principalmente, homens que enfrentavam quadros de depressão.
Mais do que um espaço de acolhimento aos animais, o projeto oferece formação técnica e afetiva. Os participantes fizeram um curso de auxiliar de veterinário, com técnicas de banho e tosa, e hoje colocam tudo em prática com os cães, enquanto se reconstroem emocionalmente.
Reabilitação em dobro
O ReabilitaCÃO foi criado em 2020 e se tornou uma ponte entre duas vidas que precisam de cuidado. De um lado, animais resgatados de situações de negligência e maus-tratos; do outro, pessoas privadas de liberdade, que também carregam histórias de dor e arrependimento.
O espaço construído dentro da penitenciária tem capacidade para abrigar até 10 cães. Todos os animais são vacinados, castrados e passam por cuidados veterinários antes de serem encaminhados ao projeto. Lá, recebem atenção diária, carinho e a chance de interagir com os internos, que se tornam seus cuidadores temporários.
Os vínculos que se formam entre homens e animais mudam a rotina da unidade prisional. “A cinoterapia ajuda os internos a desenvolverem autoestima, confiança e capacidade de reconhecer suas emoções”, explicou a juíza Cláudia Ribas Marinho, da Vara de Execuções de Itajaí.
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Cursos de capacitação
Além da relação afetiva, o projeto também pensa no futuro.
Os cursos oferecidos aos detentos visam capacitá-los para o mercado de trabalho, o que aumenta as chances de reintegração social após o cumprimento da pena. Técnicas de banho, tosa e primeiros cuidados veterinários já fazem parte da rotina de aprendizado no ReabilitaCÃO.
“A ideia nasceu da busca por novos métodos de ressocialização. A convivência com os cães cria empatia, disciplina e dá aos internos uma nova perspectiva de vida”, disse a gerente de execução penal da penitenciária, Bruna Longen, uma das idealizadoras do projeto.
Cuidados e adotados
Já os cães, após receberem todos os cuidados, são preparados para a adoção, que acontece em parceria com ONGs da cidade.
As entidades promovem feiras para encontrar famílias dispostas a acolher os animais que, um dia, não tinham sequer um teto seguro.
A juíza Cláudia reforça que o impacto emocional é visível: “É encantador ver como essa troca entre homem e animal gera benefícios reais para os dois lados. O projeto promove dignidade, esperança e, acima de tudo, humanidade.”
Olha que legal!
So Notícia Boa
