Apesar de poupar titulares importantes contra o Juventude, no Mineirão azul, com 52 mil torcedores, o Cruzeiro passou por cima dos gaúchos mesmo sem fazer bom primeiro tempo, quando abusou do jogo aéreo e demorou a abrir o placar.
No segundo, ao contrário, o time sobrou e rapidamente resolveu o jogo: fez 3 a 0 ainda antes do 20º minuto, para completar, como goleada, o 4 a 0 nos acréscimos.
Na quarta-feira (23) o líder enfrentará, como favorito e grande atração, em Itaquera, o traumatizado Corinthians.
Ainda não chega a ser o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes da década de 1960, ou o de Alex e Zinho de 2003, mas este de Matheus Pereira e Kaio Jorge está com ares de quem quer fazer história.
Morumbi feliz
Não fosse por nova lesão em Oscar, mais um craque de vidro que faz lembrar Renato Augusto, ótimo jogador, mas frágil fisicamente e com lentíssimo tempo de recuperação, a noite tricolor no Majestoso teria sido quase perfeita.
Quase porque o time pôde golear o rival, mas só Luciano queria. Os demais jogadores até gostariam e não golearam porque têm calendário duro pela frente. Economizar energias é obrigatório.
Depois da boa atuação contra o Bragantino fora de casa, o São Paulo FC, no Morumbi, pôs o Corinthians no bolso, rondou permanentemente a área alvinegra e seu goleiro Rafael teve de trabalhar apenas duas vezes, no começo e no fim do jogo.
O cavalheiro Hernán Crespo parece ter trazido um senso de realidade ao clube que o incendiário Luis Zubeldía repelia, e nada melhor que viver no mundo real.
“Contra o Flamengo não dá”, disse Crespo depois de ser atropelado no Maracanã. Contra o Corinthians, não só dá como, com aplicação, é até fácil. Ele não disse, apenas mostrou.
A Terra, como a bola, é redonda.
Crise no Parque
Perder para o São Paulo no Morumbi virou tão comum na vida corintiana que a quinta derrota seguida lá nem deveria abalar o Parque São Jorge.
Mas quando o Corinthians perde feito gado indo para o corte e comandado por um líder milionário e preguiçoso as coisas ficam ruins.
Se precisasse de uma prova de que Memphis Depay só pensa no próprio umbigo, seu passeio descompromissado no sábado (19) à noite bastou.
Nem voltar para o segundo tempo o laranja holandês voltou —e sempre terá o argumento de que se os que o contrataram não pagam o combinado, ele não deve nada a ninguém.
Ficou nítida a diferença de atitude do time no segundo tempo, com cada jogador, ao menos, capaz de dar tudo que tinha apesar dos limites óbvios da maioria.
Ambiente
Moradores da capital federal registraram interessante fenômeno no último fim de semana: noites e madrugadas substancialmente menos poluídas.
Segundo meteorologistas consultados pela coluna a tendência é de continuidade pelas próximas semanas, com possibilidade de se estender também aos dias a partir de setembro.
Dúvida
Será que Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira leem os obituários desta Folha?
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Folha de S.Paulo
