Nesta semana, o Congresso Nacional aprovou como permanente a Lei de Incentivo ao Esporte, fruto de prolongado esforço da ONG Atletas pelo Brasil (ApB), hoje presidida por Ana Moser, campeoníssima ex-voleibolista brasileira e, lamentavelmente por curto período neste mandato de Lula, ministra do Esporte.
A aprovação deu-se por unanimidade na Câmara dos Deputados e no Senado depois de verdadeiro corpo a corpo de atletas e ex-atletas com os parlamentares e, por incrível que parece, sem que o atual ministro do Esporte, André Fufuca, o Fufuquinha, sequer desse as caras na mobilização.
Tão logo houve a aprovação da lei, sem a menor cerimônia e sem corar, Fufuquinha gravou um vídeo em agradecimento ao Congresso como se tivesse algum mérito no processo.
ESCÁRNIO
A Brahma teve a coragem de lançar campanha publicitária para promover a SAB, Sociedade Anônima Brahma, vinculando-a aos clubes de futebol.
E Ronaldo Fenômeno aderiu como garoto-propaganda.
Parece escárnio. E é.
Nem o cuidado de evitar o uso da palavra anônimo tiveram, como se para fazer pouco do AA, a honrada e tão útil associação dos Alcoólicos Anônimos.
Comunicadores e esportistas que se prestam a tais papéis, assim como de divulgadores das bets, um dia serão lembrados como traidores da cidadania mesmo que já enterrados em caixões cravejados de brilhantes.
TRAIU-SE
Para completar o trio da vergonha da semana, junta-se a Fufuquinha e ao Fenômeno o diretor da base do Flamengo, Alfredo Almeida, que saiu-se com a seguinte pérola: “Aquilo que o atleta brasileiro tem provavelmente não há em mais nenhuma parte do mundo. Tem a ver com o dom, a magia, a irreverência, a bola fazer parte do corpo, a relação com a bola. Isso não existe em quase parte nenhuma do mundo. Depois, existem outras zonas do globo onde há outras valências. Como, por exemplo, a África tem valências físicas como quase nenhuma parte do mundo. Se quisermos ir para a parte mental, temos que ir a outras zonas da Europa, do globo”.
Devidamente denunciado pela frase racista, como sói acontecer, Almeida, braço direito de José Boto, o manda-chuva do clube da Gávea, publicou nota em que cita descontextualização e pede desculpas se causou desconforto.
O clube mais popular do país tem sido alvejado por pessoas que não merecem frequentá-lo.
Após a eleição de Lula, a então primeira-dama do Flamengo, Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, acabou indiciada por xenofobia ao publicar numa rede social a seguinte aberração: “Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias. ‘Bora’ trabalhar porque, se o gado morrer, o carrapato passa fome”.
Aludia aos quase 70% de votos dos nordestinos no candidato petista e os chamava de carrapatos, além de elogiar o gado.
Casada com o então presidente do rubro-negro, Rodolfo Landim, ela era simplesmente diretora de responsabilidade social do clube e, pasme, sergipana de nascimento.
Depois, é claro, também se desculpou, blá-blá-blá, assim como fez o valente Jair Bolsonaro diante do ministro Alexandre de Moraes em depoimento no STF.
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Folha de S.Paulo