
O documento que a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista é denso e farto em provas contra os oito integrantes do núcleo principal que se envolveram na tentativa de golpe de Estado.
Ele foi costurado pelo procurador-geral da República Paulo Gonet e não deixa margem para dúvidas em torno da culpabilidade do grupo que planejou derrubar a democracia brasileira a custo de violência e sangue.
Gonet, em sua conclusão do caso, não pestaneja em defender que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os demais réus sejam condenados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Como se sabe, a intenção dos oito cabeças do golpe era impedir a posse da chapa vencedora da eleição presidencial de 2022, formada por Lula e por Geraldo Alckmin, a fim de assegurar a permanência de Bolsonaro no poder.
A estratégia consistia em espalhar o terror no país por meio de ataques violentos às instituições, como o produzido no malfadado 8 de janeiro.
Estavam previstos até mesmo assassinatos de autoridades públicas, como Lula, Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes, que à época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Eles esperavam que, uma vez instaurado o caos, Bolsonaro ficaria à vontade para decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), uma medida excepcional prevista na Constituição, quando da ocorrência de grave pertubação da ordem pública.
Com a GLO em vigor, o ainda presidente teria como convocar as Forças Armadas e colocar as tropas nas ruas.
O documento possui 517 páginas e sua leitura exige fôlego.
Mas, o esforço, com certeza, valerá à pena.
Confira:
IG Último Segundo