
Policiais cumprem mandado de busca em SP
Investigações da Polícia Federal de casos envolvendo crime de tráfico humano levaram a duas operações policiais distintas, nesta terça-feira (15), com cumprimento de mandados de busca e de prisão preventiva.
A primeira operação visou um esquema criminoso de aliciamento de mulheres brasileiras que eram enviadas para a Europa com promessas de trabalho e de ganhos altos.
Na verdade, elas eram submetidas à exploração sexual.
Na segunda ação, a corporação atuou contra uma organização criminosa que recrutava cidadãos paraguaios para trabalharem em uma fábrica clandestina de cigarros, no interior de São Paulo.
“Por trás de cada caso de tráfico de pessoas, há uma história marcada por promessas quebradas e direitos violados. São mulheres, homens e migrantes que sonham com uma vida melhor e acabam sendo vítimas de organizações criminosas” , afirmou a coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes, da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), Marina Bernardes.
O órgão é vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Aliciamento de mulheres
Na operação que investiga o tráfico internacional de mulheres, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão no Distrito Federal (DF) e em São Paulo (SP), além de um mandado de prisão preventiva.
Também foram determinados o sequestro de bens no valor de até R$ 6,6 milhões, a apreensão de passaportes e a proibição de que as investigadas deixem o País.
As vítimas, em geral, jovens com perfil de modelos, eram atraídas pelas redes sociais com promessas de trabalho e altos rendimentos.
Ao chegarem à Europa, encontravam um cenário de violência física e psicológica, jornadas exaustivas, retenção de documentos e exploração sexual.
Trabalho análogo à escravidão
Já a Operação Chrysós teve como foco a repressão ao tráfico de pessoas para fins de trabalho em condição análoga à escravidão.
Nesse esquema, segundo os policiais, cidadãos paraguaios eram trazidos ilegalmente ao Brasil para trabalhar em uma fábrica clandestina de cigarros em Ourinhos (SP).
Mantidos sob vigilância, em condições degradantes e sem comunicação com o exterior, os trabalhadores estavam submetidos a jornadas intensas e insalubridade.
Essa ação da Polícia Federal contou com o apoio do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
Combate
O tráfico de pessoas, segundo a Senajus, se caracteriza por ser um crime complexo contra os direitos humanos e que envolve fatores econômicos, sociais, culturais e psicológicos.

Também foram determinados sequestro de bens e apreensão de passaportes nas ações
Ele ocorre principalmente para a exploração sexual, o trabalho em condição análoga à escravidão ou qualquer tipo de servidão, a adoção ilegal e a remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo.
A Polícia Federal é uma das instituições que contribuem diretamente para a prevenção, a investigação e a repressão a esse tipo de crime.
Para coibir o crime de tráfico humano, a Senajus coordena a execução do IV Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que tem atividades previstas até 2028, com previsão de parcerias, de ações de prevenção, de políticas de proteção e de assistência às vítimas, além de repressão ao crime e responsabilização dos culpados.
Denúncias
A Polícia Federal mantém canais de denúncias de crimes de tráfico humano, no Brasil e no exterior.
No Brasil – a denúncia pode ser feita no site da PF, no Comunica PF.
Há também o Disque 100, para violações de direitos humanos, de crianças e de adolescentes, e o Ligue 180, para violações contra mulheres e meninas.
Além da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
No Exterior, a denúncia deve ser feira na embaixada ou consulado do Brasil no país.
Fora do horário comercial, é possível fazer contato com o Plantão Consular do Itamaraty no Brasil pelo telefone +55 (61) 98260-0610.
IG Último Segundo