O Chelsea não havia enfrentado nenhum dos apontados como candidatos ao título na Copa do Mundo de Clubes até chegar à final contra o favoritaço PSG.
Havia perdido para o Flamengo e vencido os considerados como coadjuvantes Los Angeles, Espérance, Benfica, Palmeiras e Fluminense.
Quarto colocado na Premier League, também o Chelsea jamais apareceu na lista dos possíveis campeões.
Vindo de goleadas em quem encontrou pela frente quando jogou para valer, o PSG parecia convencido de que havia mesmo feito a final antecipada ao enfiar 4 a 0 no Real Madrid.
Pois eis que foi para o intervalo em Nova York levando enfiada de 3 a 0, com dois gols de Cole Palmer e outro de João Pedro, com passe do gelado goleador inglês.
O futebol é maravilhoso.
Depois de começo eletrizante do Chelsea na decisão, o PSG equilibrou o jogo e teve com Doué a melhor chance para sair na frente.
O garoto, 20 anos, quis ser mais generoso que a generosidade e passou para Hakimi em vez de fazer o gol.
Cucurella cortou o passe e, sete minutos depois, os londrinos abriram o placar.
Os parisienses sentiram o baque e, grogues, como se fossem o Real Madrid contra eles, sofreram mais dois gols feitos com engenho e arte.
Os ingleses, colonizadores dos Estados Unidos, diante do MAGAlomâniaco Donald Trump em Nova Yorque, onde é odiado, davam aula de futebol coletivo aos franceses.
Verdade que ingleses são minoria no Chelsea, apenas quatro entre os titulares na decisão, como franceses também são no PSG, apenas dois.
O que torna mais admirável o trabalho do italiano Enzo Maresca, no clube londrino, e do espanhol Luis Enrique, no parisiense, ao transformar verdadeiras legiões estrangeiras, Torres de Babel mesmo, em equipes capazes de falar a mesma língua, de fazer o que o futebol tem de mais precioso, o jogo coletivo, verdadeira sinfonia, tomara, jamais acabada.
O PSG começou o segundo tempo como o Chelsea no primeiro, mas esbarrou no goleiro Sánchez com três grandes defesas.
Depois, Donnarumma evitou duas vezes gols de Dilap e, no fim, o tempo fechou como se fosse Libertadores.
Rara leitora, raro leitor, senhoras e senhores, vencer o Chelsea em decisão de Mundiais é missão para poucos.
O Palmeiras não conseguiu e o PSG também não.
Só mesmo o glorioso Sport Club Corinthians Paulista teve o gosto…
Inédito
A grama de Wimbledon jamais havia sido palco, em decisão de Grand Slam na Era Aberta, de duplo 6-0, dois pneus, a chamada bicicleta.
Em 57 minutos a polonesa Iga Swiatek aniquilou a estadunidense Amanda Anisimova e não houve como deixar de ter dó dela, tamanha a frustração expressa no rosto pesaroso, nos olhos lacrimejantes, no pranto descontrolado ao fim do jogo.
O que o esporte tem de deslumbrante também tem de cruel.
Em compensação, o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner jogaram por pouco mais de três horas, com bela vitória italiana, pela primeira vez em Wimbledon, por 3-1.
E tiveram a gentileza de não invadir a decisão da Copa do Mundo de Clubes de futebol.
Dois cavalheiros destinados a fazer história.
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Folha de S.Paulo