Resultado da eleição do PT atrasa após impasse judicial em MG


A decisão de suspender a votação em Minas gerou reações entre lideranças petistas
Lula Marques/Agência PT

A decisão de suspender a votação em Minas gerou reações entre lideranças petistas

O resultado da eleição nacional do PT será  divulgado com atraso após o adiamento neste domingo (6) do Processo de Eleições Diretas em Minas Gerais.

A votação no estado foi suspensa em razão de uma decisão judicial que garantiu a candidatura da deputada federal Dandara Tonantzin à presidência do diretório estadual.

Dandara havia sido impedida de concorrer por conta de uma suposta dívida partidária de aproximadamente R$ 130 mil. Ela alegou ter regularizado o pagamento dentro do prazo, após correção de um estorno bancário.

O Diretório Nacional, no entanto, manteve a suspensão até que a 17ª Vara Cível de Brasília determinou, por liminar, sua inclusão na disputa.

O partido justificou o adiamento da eleição mineira por impossibilidade de incluir o nome de Dandara nas cédulas já impressas e distribuídas em mais de 700 municípios. Também apontou risco de insegurança política entre os filiados diante da controvérsia.

A suspensão da votação em Minas Gerais impede a conclusão imediata do PED nacional.

Como o estado representa um dos maiores colégios eleitorais da legenda, a contagem geral dos votos e a proclamação do novo presidente nacional do PT devem atrasar em pelo menos uma semana. A sigla ainda não definiu nova data para a votação mineira.

Nos demais estados, o processo eleitoral segue normalmente. Os filiados puderam votar neste domingo (6) e a apuração ocorrerá conforme o calendário previsto.

Repercussão

Filiados vão às urnas escolher o novo presidente do PT
Divulgação/PT

Filiados vão às urnas escolher o novo presidente do PT

A decisão de suspender a votação em Minas gerou reações entre lideranças petistas. Aliados de Dandara, como o atual presidente estadual, Cristiano Silveira, e o deputado federal Reginaldo Lopes, classificaram a medida como tentativa de reverter judicialmente sua candidatura. O deputado Rogério Correia criticou a judicialização do processo.

O Diretório Nacional do PT convocou reunião extraordinária para terça-feira (8), às 17h, em São Paulo, para discutir a nova data do PED mineiro e os efeitos internos do processo judicial.

Além de Dandara, disputam o comando do diretório estadual Juanito Vieira, Esdras Queiros e Marilene Alves de Sousa.

Disputa pela presidência nacional do PT opõe correntes internas

A eleição para a presidência nacional do PT ocorre neste domingo (6), com quatro candidatos na disputa e possibilidade de segundo turno em 20 de julho.

Em jogo estão os rumos estratégicos da legenda para as eleições de 2026, a renovação de lideranças e o papel do partido na sustentação ao governo Lula.

Edinho Silva, da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), conta com o apoio do presidente Lula e de lideranças como José Dirceu. Ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro de Dilma Rousseff, defende ampliar alianças políticas e fortalecer a mobilização social.

Rui Falcão, da corrente Novo Rumo, propõe reconectar o partido às bases, priorizando trabalhadores e juventude. Crítico de acordos com partidos de direita, quer reativar o trabalho de base e enfrentar o conservadorismo no Congresso.

Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, prega uma direção coletiva e defende um projeto socialista. Propôs uma aliança de segundo turno com Falcão e Romênio Pereira para barrar Edinho.

Romênio Pereira, do Movimento PT, atual secretário de Relações Internacionais, foca na democratização interna, com maior participação da militância e redistribuição de recursos do fundo partidário.

O vencedor da disputa terá a missão de organizar o partido para as eleições de 2026 e, independentemente de uma eventual reeleição de Lula, deverá conduzir a transição de liderança da sigla em nível nacional, além de trabalhar na formação de novas lideranças para as disputas municipais a partir de 2028.



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