Cometa interestelar cruza o sistema solar e intriga cientistas


Imagem do objeto interestelar 3I/Atlas
Reprodução/ K Ly/ SWNS

Imagem do objeto interestelar 3I/Atlas

Um  visitante cósmico acaba de atravessar o sistema solar: trata-se do cometa interestelar 3I/ATLAS, um corpo celeste com cerca de 19 quilômetros de diâmetro — tamanho equivalente a cidade de Manhattan, nos Estados Unidos. A descoberta, anunciada pela NASA nesta semana, marca apenas a terceira vez que um objeto vindo de fora do sistema solar é identificado por astrônomos.

Apesar de sua origem ainda ser um mistério, os cientistas garantem: não há risco para a Terra. Para a comunidade astronômica, o evento representa uma oportunidade única de estudar um fragmento de outro sistema estelar — e entender mais sobre o universo. “Um visitante de outro sistema solar, mesmo que seja natural. É simplesmente muito emocionante”, concluiu Chodas.

O 3I/ATLAS foi detectado pela primeira vez na terça-feira (1°) pelo telescópio ATLAS, instalado no Chile. Desde então, astrônomos ao redor do mundo estão mobilizados para coletar dados enquanto o cometa avança rapidamente em sua trajetória. De acordo com o New York Post, o cometa viaja a uma velocidade impressionante de 60 quilômetros por segundo e, neste momento, encontra-se a cerca de 667 milhões de quilômetros do Sol, nas proximidades da órbita de Júpiter.

De acordo com Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA, o cometa provavelmente está em jornada há centenas de milhões — ou até bilhões — de anos, vagando entre estrelas até ser captado pelos instrumentos da agência. “Essas coisas levam milhões de anos para ir de uma vizinhança estelar para outra.”, afirmou. 

Acredita-se que o 3I/ATLAS tenha vindo da direção da constelação de Sagitário e que sua passagem mais próxima da Terra ocorrerá em outubro, a uma distância segura de 240 milhões de quilômetros. Ainda assim, sua aparência tem fascinado os especialistas: além de um núcleo gelado, o cometa apresenta uma longa cauda brilhante e uma nuvem de gás e poeira.

Este é o terceiro objeto desse tipo já detectado. O primeiro foi o enigmático Oumuamua, identificado em 2017, seguido pelo cometa 2I/Borisov em 2019. O recém-chegado 3I/ATLAS, no entanto, supera os anteriores em tamanho e visibilidade. Segundo os pesquisadores, sua observação será possível com o uso de telescópios até setembro, quando ele passará a se aproximar do Sol. A expectativa é de que volte a ser visível no início de dezembro.



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