Voluntário fala sobre resgate a Juliana Marins


Fantástico ouve alpinista que arriscou a vida por Juliana Marins
TV Globo/Reprodução

Fantástico ouve alpinista que arriscou a vida por Juliana Marins

Alpinista voluntário Abdul Agan liderou uma operação para tentar salvar Juliana Marins, publicitária brasileira de 26 anos que caiu de um penhasco durante uma trilha no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia. As informações são do Fantástico.

Após ver imagens do acidente na internet, Agan viajou um dia e meio e organizou uma expedição por conta própria. Ele e três socorristas passaram a noite no local sob constante perigo. O Monte Rinjani, vulcão de 3.700 metros, tem trilhas com pouca sinalização e fiscalização.

Eu me machuquei, um amigo meu foi internado no hospital. Muitas vezes caíam pedras perto da nossa cabeça “, relatou ele.

A brigada do parque iniciou a subida por volta das 08h30, mas só chegou ao local do acidente às 14h, com equipamento precário. ” O único equipamento que eles tinham era uma corda “, contou Manoel Marins, pai de Juliana, ao Fantástico.

A Defesa Civil da Indonésia(Basarnas) foi acionada tardiamente e chegou ao local por volta das 19h.

Juliana foi resgatada morta dois dias após a queda. O laudo apontou hemorragia interna por lesão no tórax, indicando que a morte ocorreu entre 12 e 24 horas antes da remoção do corpo.

Me senti muito decepcionado porque eu esperava que Juliana ainda estivesse viva ”, lamentou o alpinista, que já resgatou 21 turistas vivos e nove mortos no Monte Rinjani nos últimos dez anos.

No Brasil, ele vem sendo chamado de herói.  Eu só quero pedir desculpa para a família por não conseguir salvar Juliana ”, afirmou Agan.

Família aponta negligência

Imagens inéditas exibidas pelo Fantástico mostram as primeiras tentativas de resgate, incluindo um vídeo gravado pelo guia que acompanhava Juliana, onde se vê a lanterna de seu capacete acesa após a queda.  Na gravação, o guia diz: “ Ela caiu em um penhasco “.

Os pais de Juliana, Manoel e Estela Marins, acusam o guia e as autoridades locais de negligência.

Segundo Manoel, o guia teria deixado Juliana sozinha por até 50 minutos para fumar, após ela relatar cansaço.  Quando voltou, não avistou mais Juliana. […] Só a avistou novamente às 06h08 “.

No dia seguinte ao acidente de Juliana, um turista da Malásia caiu e fraturou a bacia.

A família de Juliana prepara ações legais. O pai responsabiliza o guia, a empresa de turismo e, principalmente, o coordenador do parque: ” Ele demorou a acionar a Defesa Civil “. Já a  mãe, Estela, desabafou: “ Esses caras mataram minha filha “.

Niterói (RJ), cidade natal de Juliana, custeará o traslado do corpo e homenageará a jovem com um mirante em seu nome.



IG Último Segundo