E se você parasse de se cobrar tanto? Um convite à autocompaixão


E se você parasse de se cobrar tanto? Um convite à autocompaixão
Evelin Santos

E se você parasse de se cobrar tanto? Um convite à autocompaixão

Você já se sentiu assim?
Sentado diante de um grupo, de um novo desafio ou até no meio de uma simples conversa… e, de repente, aquela voz sussurra dentro de você:
“Eles vão perceber que eu não sou tudo isso. Vão descobrir que eu não sei tanto. Vão notar que eu não sou tão capaz quanto pareço.”

Essa é a experiência silenciosa e surpreendentemente comum de quem convive com o que chamamos de síndrome do impostor (ou da impostora) — uma sensação persistente de não merecimento, como se você estivesse “enganando” os outros sobre sua própria competência, mesmo diante de tantas evidências do seu talento, esforço e valor.

Agora, imagine uma pessoa que já construiu tanto: estudou, se dedicou, trabalhou duro. Os outros a enxergam como admirável, mas, por dentro, ela carrega um crítico interno implacável — aquele que só aponta as falhas, os “não foi suficiente”, os “quase”. Cada conquista vem acompanhada de um pensamento que rouba a alegria:
“Foi sorte.”
“Foi porque me ajudaram.”
“Qualquer um faria o mesmo.”

Mas e se, nessa história, surgisse um novo personagem?
Não o crítico. Não o juiz severo. Mas uma voz amiga. A voz da autocompaixão.

Autocompaixão não significa se acomodar ou fugir das responsabilidades. É escolher um olhar mais generoso para si mesma. É lembrar que errar faz parte de ser humano. Que as falhas não definem quem você é. Que, no lugar de repetir “Eu não sou capaz”, você pode começar a dizer:
“Eu estou aprendendo, e tá tudo bem.”

Na jornada de quem enfrenta a síndrome do impostor, a autocompaixão é como uma luz suave, capaz de dissolver as sombras do autojulgamento. É ela que convida você a abraçar suas vulnerabilidades sem vergonha. A reconhecer suas conquistas como frutos legítimos do seu esforço. A entender que se comparar aos outros quase sempre é injusto: porque você só vê a superfície do outro, mas carrega consigo cada detalhe da sua própria luta.

Se você já se sentiu assim, talvez seja hora de dar espaço à autocompaixão na sua história. De ouvir mais essa voz amiga, e menos aquele crítico severo. Porque ninguém conhece tão bem o caminho que você percorreu quanto você mesmo. E você merece reconhecer o valor de cada passo dado.



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