Tesouro viking de mais de 1000 anos é descoberto em fazenda


Tesouro viking de prata, com peças inéditas, foi descoberto na Suécia
Arkeologerna/Reprodução

Tesouro viking de prata, com peças inéditas, foi descoberto na Suécia

Mais de 1.400 artefatos da era Viking, entre eles um  tesouro de prata com joias ornamentadas e restos de tecidos raros, foram descobertos entre 2020 e 2021 durante escavações em Täby, ao nordeste de Estocolmo, na Suécia.

A equipe, liderada por John Hamilton, do órgão estatal Museus Históricos, encontrou os itens em uma antiga fazenda viking e em um cemitério próximos a uma colina em Viggbyholm, área ocupada entre os anos 500 e 1050 d.C., e brevemente reutilizada na Alta Idade Média.

O destaque da escavação foi a descoberta de uma vasilha enterrada sob uma pedra, contendo colares e pulseiras de prata, um amuleto e uma bolsa de tecido com 12 pingentes feitos de moedas europeias e islâmicas datadas entre 904 e 997 d.C.

O sítio arqueológico fica em Täby, nos arredores de Estocolmo
Arkeologerna/Reprodução

O sítio arqueológico fica em Täby, nos arredores de Estocolmo

As moedas provinham de regiões como Pérsia, Baviera, Boêmia, Normandia e Inglaterra.

Também foram encontrados grãos de pólen da época viking, incluindo cereais e plantas medicinais, preservados dentro da bolsa por ação dos íons de prata.

Segundo Hamilton, trata-se de uma descoberta única tanto pelo conteúdo quanto pela associação direta com as estruturas da fazenda e o cemitério.

Achado pode estar ligado a ritual funerário feminino

Segundo os arqueólogos, a prata e os itens orgânicos enterrados provavelmente fizeram parte de um ritual funerário, possivelmente em homenagem a uma mulher de alta posição social.

Pulseiras e pingentes de prata encontrados apresentam detalhes inéditos na região
Arkeologerna/Reprodução

Pulseiras e pingentes de prata encontrados apresentam detalhes inéditos na região

O encerramento das atividades na fazenda ocorreu no mesmo período do sepultamento.

A bolsa de linho continha detalhes em seda rara, possivelmente importada, e pode ter tido uso cerimonial anterior.

Vestígios indicam vida agrícola e presença estrangeira

No total, foram identificadas 34 construções e 5 túmulos, três com caixões e dois com cremações.

Cerca de 15 estruturas foram associadas a práticas rituais, com objetos enterrados propositalmente.

Arqueólogos encontraram uma bolsa de linho contendo fragmentos de pólen da era viking com mais de mil anos
Arkeologerna/Reprodução

Arqueólogos encontraram uma bolsa de linho contendo fragmentos de pólen da era viking com mais de mil anos

Entre os fragmentos cerâmicos havia peças de argila local, mas com estilo comum em regiões do outro lado do mar Báltico, o que sugere que algum dos habitantes teria vindo de fora.

A comunidade viveu no local por aproximadamente 500 anos, dedicando-se à agricultura, criação de animais e sepultamento dos mortos.

Análises revelam vínculos familiares e origem diversa

Análises de DNA feitas em quatro esqueletos masculinos mostraram que a maioria dos indivíduos era aparentada entre si, mas um deles não tinha laços genéticos com os demais.

Segundo Hamilton, esse dado é relevante para compreender melhor a origem e as relações sociais dos antigos moradores da região.

Os ossos estavam degradados, o que impediu uma análise completa.



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