
jogadora processou ex-presidente da federação
A Justiça espanhola manteve a condenação de Luis Rubiales, ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), por agressão sexual à jogadora Jenni Hermoso, após o polêmico beijo durante a premiação da Copa do Mundo Feminina, em agosto de 2023. A decisão foi confirmada nesta terça-feira (25) pela Audiência Nacional, o principal tribunal criminal da Espanha.
Rubiales foi condenado a pagar uma multa de €10.800, correspondente a 18 meses de sanção, além de uma indenização de €3.000 por danos morais à jogadora. Ele também está proibido de se aproximar de Hermoso a menos de 200 metros ou entrar em contato com ela por um período de um ano.
Entenda o caso
O episódio aconteceu em 20 de agosto de 2023, durante a cerimônia de premiação do título inédito da seleção feminina da Espanha, na Austrália. Ao cumprimentar as jogadoras no pódio, Rubiales segurou o rosto de Hermoso com as duas mãos e a beijou na boca, sem consentimento prévio. O gesto foi amplamente criticado pela opinião pública, por autoridades esportivas e pelo movimento feminista espanhol.
Jenni Hermoso, que atualmente joga no Tigres, do México, ainda não se pronunciou publicamente sobre a sentença.
Hermoso denunciou o ato como não consentido e disse ter se sentido “vulnerável e vítima de uma agressão impulsiva e fora de lugar” . O caso ganhou repercussão mundial e acabou levando à renúncia de Rubiales, semanas depois.
A sentença da Audiência Nacional considerou que o beijo teve conotação sexual e foi feito de forma unilateral e sem o consentimento claro da jogadora, configurando crime de agressão sexual, segundo a legislação espanhola vigente desde 2022, que define que qualquer ato sexual não consentido é crime.
Apesar disso, o tribunal absolveu Rubiales da acusação de coação, já que não encontrou provas suficientes de que ele tenha pressionado Hermoso ou pessoas próximas para que minimizassem o episódio.
Tanto a defesa de Rubiales quanto a promotoria anunciaram que pretendem recorrer da decisão. A equipe de advogados do ex-dirigente alega que o gesto foi espontâneo, “sem intenção sexual” , e que o caso foi “politizado ”. Já a acusação, representada pelo Ministério Público e pela própria jogadora, considera a multa insuficiente e pede pena de prisão com base na nova lei de proteção à liberdade sexual.
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Portal IG