Conheça o sorvete vegano de farinha de mandioca criado por jovem quilombola: sabor ancestral; vídeo



O sorvete vegano feito à base de farinha de mandioca é da cultura ancestral quilombola. O Joélho, um jovem empreendedor, resolveu levar essa delícia para o mundo a partir do Ceará. - Foto: @nordesse

Dá para imaginar um sorvete vegano feito de farinha de mandioca, sem produtos industrializados? Esse sorvete tem origem ancestral, mais precisamente quilombola, os descendentes dos escravos que tanto contribuíram para a culinária brasileira.

A base do sorvete leva mandioca e leite, coroado por um crocante de farinha de mandioca, rapadura, coco e manteiga da terra – para veganos há uma versão com leite de castanha de caju. O “inventor” é um jovem de Tururu, a 107 quilômetros de Fortaleza, Ceará.

O Joélho Caetano, que é quilombola e ama essa farinha diz que para ele, a cozinha é o grande local de experimentação e diversão. “Acreditem em seus sonhos, estudem e agarrem todas as oportunidades que aparecerem a você, esses são um dos segredos para uma boa caminhada”, escreveu Joélho nas redes sociais, profissional premiado e mais do respeitado.

Origem ancestral carregada na comida

Neto da matriarca da comunidade e filho de dois agricultores que não terminaram os estudos, Joélho sempre foi um misto de sonhador e empreendedor.

Na infância, o jovem provou picolé, mas apenas na adolescência ao visitar Fortaleza, experimentou sorvete. “Nunca tinha visto sorvete servido em copinho”.

Na volta, começou a pesquisar sobre o processo de fabricação e decidiu abrir uma sorveteria em casa com a mãe.  Em 2020, ele e a mãe abriram a sorveteria.

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Sorvete com história

A farinhada faz parte da alimentação diária de Conceição dos Caetanos, comunidade quilombola em Tururu, no Ceará, cidade a 107km de Fortaleza.

Essa mistura de farinha de mandioca, manteiga da terra, coco e rapadura, é também o ingrediente principal do sorvete criado por Joélho.

O sorvete de farinhada é a atração principal da sorveteria Caetanos, que fica na comunidade, e também um dos maiores orgulhos do Laboratório de Criação da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, mantida pela Secretaria de Cultura do Ceará, segundo o Nordetesse.

Laboratório de conhecimentos e experimentos

E tem onde aprender a fazer essas delícias.

O Laboratório de Criação da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco oferece cursos profissionalizantes.

Nesse local são desenvolvidas pesquisas que resultam em projetos como o Sorvete de Farinhada, sempre valorizando saberes tradicionais, sustentabilidade e economia circular.

Joélho, que vive numa comunidade quilombola e é descendente da matriarca do grupo, tanto pesquisou que conseguiu criar o sorvete à base da farinha que é a marca do povo dele. Foto: @nordesse

Joélho, que vive numa comunidade quilombola e é descendente da matriarca do grupo, tanto pesquisou que conseguiu criar o sorvete à base da farinha que é a marca do povo dele. Foto: @nordesse Joélho diz para quem quer que seja: "Acredite no sonhos". Assim, ele realizou o que tanto queria! Foto: @nordesse Joélho diz para quem quer que seja: “Acredite no sonhos”. Assim, ele realizou o que tanto queria! Foto: @nordesse

Veja o Joélho e quilombolas no dia a dia:



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