saiba quais papéis marcaram a teledramaturgia


Francisco Cuoco: saiba quais papéis marcaram a teledramaturgia
Débora Oliveira

Francisco Cuoco: saiba quais papéis marcaram a teledramaturgia

Francisco Cuoco, um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira, faleceu aos 91 anos, deixando um legado imenso para a cultura do País. Dono de uma carreira que atravessou gerações, o ator protagonizou personagens que se tornaram verdadeiros ícones da história da televisão.

A trajetória de Cuoco começou ainda nos anos 1960, nos tempos da TV Tupi, e logo ganhou força com papéis de destaque na TV Excelsior, na Record e, mais tarde, na Globo, onde se consolidou como um dos grandes galãs da dramaturgia. Seu talento transitava com naturalidade entre mocinhos apaixonados, homens misteriosos e personagens com personalidades mais intensas.

A virada definitiva na carreira veio em 1972, quando interpretou Cristiano Vilhena na novela Selva de Pedra , de Janete Clair, uma das maiores audiências da história da TV brasileira. Depois vieram outros personagens emblemáticos, como o taxista Carlão, de Pecado Capital (1975), e o carismático Herculano Quintanilha, de O Astro (1977), que ficou eternizado pelo bordão há uma chance, uma chance apenas.

Ao longo de quase seis décadas, Francisco Cuoco construiu uma galeria de personagens que fazem parte do imaginário coletivo dos brasileiros. Seu último trabalho fixo na televisão foi em Segundo Sol (2018), como Nestor.

Confira os papéis de destaque:

Selva de Pedra (1972)

Francisco Cuoco viveu Cristiano Vilhena, um jovem ambicioso que deixa sua cidade natal em busca de sucesso no Rio de Janeiro. Apaixonado por Simone (Regina Duarte), ele se vê dividido entre o amor e a obsessão por ascensão social. O personagem enfrentava um intenso conflito moral, que colocava seu relacionamento em risco conforme o dinheiro e o poder começavam a falar mais alto. Foi um dos maiores sucessos de audiência da TV brasileira e consolidou Cuoco como galã nacional.

Pecado Capital (1975 e 1998)

Em 1975, Cuoco protagonizou uma de suas atuações mais memoráveis como Carlão, um taxista honesto do subúrbio carioca que encontra uma mala cheia de dinheiro deixada por assaltantes em seu carro. O dilema ético — devolver ou ficar com o dinheiro — conduziu toda a trama. O desfecho trágico, com Carlão sendo assassinado, entrou para a história da televisão brasileira. No remake de 1998, Francisco Cuoco retornou à novela em outro papel, vivendo o empresário Salviano Lisboa, par romântico da protagonista Lucinha (Carolina Ferraz).

Duas Vidas (1976)

Em Duas Vidas , Francisco Cuoco brilhou ao interpretar os gêmeos Renato, um empresário conservador, e André, um hippie idealista. Separados na infância, eles se reencontram na vida adulta, revelando conflitos de valores e personalidades opostas. A trama foi escrita por Janete Clair.

O Astro (1977)

Aqui, Francisco Cuoco viveu outro personagem inesquecível, Herculano Quintanilha. Mágico, vidente e ilusionista, Herculano conquista riqueza e poder ao se tornar uma espécie de guru dos poderosos. A trama, cheia de mistério e reviravoltas, foi um fenômeno de audiência e ficou marcada pelo bordão “há uma chance, uma chance apenas”. O papel foi tão icônico que Cuoco fez uma participação especial no remake da novela, em 2011, que foi protagonizado por Rodrigo Lombardi.

Francisco Cuoco em Duas Vidas (1976) | Foto: Globo/Acervo

O Outro (1987)

Na novela de Aguinaldo Silva, Cuoco enfrentou o desafio de interpretar dois personagens, Paulo Della Santa, um empresário milionário, e Denizard de Mattos, um mecânico simples. Após um encontro inusitado entre os dois sósias em Copacabana, Paulo morre em uma explosão, e Denizard, que perde a memória, é confundido com o empresário e assume sua vida. A trama abordou temas como identidade, destino e as diferenças de classe social, com uma atuação elogiada e versátil de Cuoco.

Foto: Acervo/Globo

O Salvador da Pátria (1989)

Na trama de Lauro César Muniz, Cuoco interpretou Severo Toledo Blanco, o prefeito da fictícia cidade de Tangará. Severo é um empresário poderoso, dono da maior fábrica de sucos da região, e vive dividido entre a imagem pública de homem conservador e seus casos extraconjugais, especialmente com Marlene (Tássia Camargo). Suas ações acabam impactando diretamente a vida do protagonista Sassá Mutema (Lima Duarte). O personagem representa bem a faceta de vilões sedutores e ambíguos que Cuoco soube construir com maestria.

Foto: Bazilio Calazans/Globo

Da Cor do Pecado (2004)

Em tom mais leve e bem-humorado, Cuoco fez uma participação especial como Pai Gaudêncio, um pai de santo respeitado que orienta Helinho (Matheus Nachtergaele) em sua luta contra assombrações e fantasmas. Apesar de breve, o personagem marcou o público com cenas divertidas e carismáticas.

Segundo Sol (2018)

Seu último papel fixo na televisão foi na novela Segundo Sol, de João Emanuel Carneiro. Cuoco deu vida a Nestor Maranhão, um homem íntegro, dono de uma farmácia, que lutou contra a ditadura militar, foi exilado e, ao retornar, reencontra seu grande amor, Naná (Arlete Salles), agora casada com Dodô (José de Abreu). Nestor representa o lado afetivo e maduro da carreira de Cuoco, um personagem sensível, com história, cicatrizes e amor.

The post Francisco Cuoco: saiba quais papéis marcaram a teledramaturgia first appeared on GPS Brasília – Portal de Notícias do DF.



IG Último Segundo