Durou apenas oito meses a primeira passagem de Hernán Crespo à frente do São Paulo, mas foi suficiente para o treinador argentino criar uma forte identificação com o clube, pelo qual foi campeão paulista em 2021. Na ocasião, o troféu tirou a equipe de um jejum de nove anos sem conquistas.
A festa pelo troféu só não foi maior porque, devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, ele não pôde celebrar a vitória sobre o Palmeiras na decisão com o Morumbi lotado. Ter essa experiência se tornou um desejo que ele passou a nutrir, “como treinador ou como fã na torcida”.
A partir desta quarta-feira (18), o argentino vai cumprir sua meta. Ele está de volta ao comando do time para o ocupar o lugar de seu compatriota Luis Zubeldía, que rescindiu seu contrato com o clube na última segunda-feira (16).
Em nota, o São Paulo afirmou que o vínculo de seu novo comandante será válido até 31 de dezembro de 2026.
A rescisão com Zubeldía representou a sexta troca de comando desde que o atual presidente, Julio Casares, iniciou seu mandato à frente do clube, no início de 2021, sem contar os treinadores interinos.
A saída ocorre após uma sequência de derrotas no Campeonato Brasileiro, diante de Mirassol, Bahia e Vasco, que deixaram o time na 14ª posição, apenas um ponto acima da zona de rebaixamento após 12 jogos disputados.
É a pior início de campanha do time tricolor no Nacional desde 2021, quando quando tinha 11 pontos após 12 rodadas, com duas vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Na época, a formação tricolor era dirigida justamente por Crespo, que logo não resistiria à pressão e acabaria demitido.
No ano seguinte, em entrevista à ESPN, o argentino fez questão de afirmar que não guardou mágoas por sua saída. Pelo contrário, ele se declarou ao clube.
“Tenho dentro de mim algo pendente de poder ver o Morumbi lotado. Porque a gente jogou durante a pandemia e ver de dentro esse espetáculo, eu quero voltar para poder viver isso”, disse na ocasião. “A lembrança daquele tempo com São Paulo foi muito forte, a energia foi muito forte”, acrescentou.
Responsável por tirar a equipe tricolor de um jejum de títulos de nove anos, o técnico argentino acumulou fracassos após o término do Estadual que acabaram abreviando sua relação com o clube, que durou de fevereiro a outubro daquele ano.
Primeiro, houve a queda nas quartas de final da Libertadores, com derrota para o Palmeiras. Depois, deu adeus à Copa do Brasil também nas quartas, superada pelo Fortaleza. Na época, ele acabou substituído por Rogério Ceni.
Agora, é ele quem volta ao Morumbi com a esperança de que sua imagem junto aos torcedores possa ser um fator decisivo para ajudar o time a sair da crise.
Folha de S.Paulo