
A deputada Carla Zambelli, antes de embarcar para a Itália
A deputada federal Carla Zambelli está na Itália, tentando evitar sua extradição para o Brasil.
Sua última estratégia foi a contratação do advogado Pieremilio Sammarco, especialista em direito internacional e conhecido por defender figuras como o comediante e político Beppe Grillo em disputas judiciais contra o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte.
Procurada pela Interpol a pedido da Justiça brasileira, Zambelli foi condenada no Brasil a 10 anos de prisão por envolvimento em invasão hacker ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Sua viagem foi interpretada como fuga pela Justiça brasileira, que decretou o pedido de prisão e encaminhou pedido de extradição à Itália.
Segundo o jornal italiano Il Manifesto, ela está nas proximidades de Verona, no norte da Itália, e a polícia estaria prestes a prendê-la.
Pizzolato e o TAR
Sua estratégia jurídica se assemelha à usada por Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, que fugiu para a Itália em 2014 usando passaporte falso e se valeu de sua cidadania italiana para protelar a extradição por mais de um ano.
Apesar das semelhanças, Zambelli não recorreu a documentos falsos, mas aposta na dupla nacionalidade e em argumentos políticos, incluindo a possível simpatia do governo conservador italiano, liderado por Giorgia Meloni, para barrar sua entrega ao Brasil.
A deputada alega perseguição política no Brasil e espera cumprir a pena na Itália.
No caso, de Pizzolato, seus advogados italianos recorreram ao TAR (Tribunale Amministrativo Regionale), um tribunal administrativo italiano.
O TAR pode analisar atos do governo, como uma decisão ministerial sobre extradição, sob o ponto de vista de legalidade formal e administrativa. Apenas após a derrota definitiva do recurso de Pizzolato em apelação foi possível efetuar sua extradição.
O Portal iG tentou contato com a assessoria de Carla Zambelli para um posicionamento a respeito do assunto, mas, até o momento, não obteve retorno.
IG Último Segundo