
Casa Branca durante uma tempestade de neve em Washington, em janeiro de 2025
A política internacional está mudando rapidamente com uma periferia dividida e um centro também dividido graças às novas estratégias de Washington que criam um novo panorama geopolítico.
Os Estados Unidos estão perdendo vários aliados incondicionais que sem romper com Washington buscam novos parceiros em uma periferia esfacelada pela necessidade de renovação de alianças neste novo quadro interesse em mutação rápida.
A dominação perversa do hemisfério Norte sobre o Sul parece em cheque com os novos conflitos entre os Estados Unidos, a Europa e o Canadá. Oitenta anos de uma certa estabilidade mundial parecem ter chegado ao fim com Donald Trump na Casa Branca pela segunda vez. Ele se arrisca a deixar o seu país mais isolado ao fim de quatro anos de governo.
A Europa se vê obrigada a uma certa militarização de suas sociedades e a reduzir despesas sociais típicas do welfare state. Será certamente o caso da Alemanha por exemplo e do seu novo governo com Frederico Merz.
A viagem esta semana do presidente Lula a França faz parte desse processo de reorganização internacional e a discussão sobre a assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul será um dos temas principais da pauta de negociação entre os dois países.
Nas novas circunstâncias mundiais todas as nações se verão obrigadas a rever suas alianças regionais e globais. A periferia da qual fazemos parte buscará igualmente novos rumos como o do agrupamento Brics. A adesão de novos membros reforçou o perfil do grupo com novos integrantes do oriente médio como da África e da Ásia. O Brasil tem importante papel a desempenhar nesse projeto e nesse processo de reorganização da periferia esfacelada pelos conflitos de interesses no hemisfério norte.
Um reposicionamento de vários países vai ocorrer nos próximos anos com revisão de alianças diante do enfraquecimento do sistema multilateral produzido por Washington. A nossa diplomacia como sempre está atenta aos novos desdobramentos para garantir ao Brasil uma posição relevante neste processo em curso de reordenamento mundial.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG
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